O estado já é mínimo nas periferias do Brasil, onde se mata mais porque a vida vale pouco.
Dois em cada três presos no Brasil são pretos. A pobreza no Brasil tem cor.
E nem as prisões nem os assassinatos vão diminuir. Os registros de arma de fogo cresceram 120% este ano. O presidente da República é a favor de uma população mais armada para que ela mesma resolva os seus problemas.
Consequência do estado mínimo. Existe um mínimo de segurança nas periferias. Assim como existe um mínimo de Justiça. Os linchamentos acontecem mais nas área pobres. É preciso ter dinheiro para buscar a justiça no Brasil. Quem não tem dinheiro, apela para as defensorias públicas, com orçamento muito pequeno, sem estrutura para a demanda.
Sem condições de pagar um bom advogado, pouco se espera da justiça.
Segue a lógica: mais armas para população, mais assassinatos, mais pobres e pretos presos. E, do lado de fora das cadeias, a violência policial sem controle, também incentivada por Jair Bolsonaro.
O estado mínimo é isso. Corte de recursos para saúde, educação, assistência social. Periferias mais dominadas por milícias ou gangues fardadas. Governos e prefeituras lavando as mãos. Mais e mais pobres e pretos na lista dos mataveis.
O estado mínimo brasileiro é um incentivo ao holocausto.
