Jhonathan Pino – Jornalista Ascom/Ufal
Durante muitos séculos, a ciência tentou se desvincular da religiosidade. Talvez tenha sido com a publicação de “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, e a aceitação da teoria evolucionista que a ciência ganhou a força necessária para se tornar independente e ficar cada vez mais distante da questão transcendental. Para alguns pesquisadores, seguir esse caminho limitou o progresso de diversas áreas de investigação. Nessa linha estão os integrantes do Projeto de Extensão Ciência e Espiritualidade, da Universidade Federal de Alagoas, que promovem o Seminário Evolução, Espiritualidade e os Animais, na terça-feira, 4 de outubro.
“A evolução envolve uma questão que vai além do neodarwinismo. O materialismo parou em certos pontos e há questões em que ele é incapaz de encontrar as soluções, pela própria complexidade da natureza. É a partir da espiritualidade que podemos encontrar essas soluções”, relatou Clarissa França, aluna do curso de Medicina Veterinária da Ufal e representante do projeto de extensão entre os discentes.
Clarissa também é bióloga e será uma das palestrantes do evento da próxima terça, que ocorre no auditório da Reitoria. Ela apresentará a temática “Evolução humana: do materialismo à espiritualidade”. “Se o pesquisador procura investigar além do limite da matéria, ele terá um campo muito mais vasto de pesquisa, como o emocional e o psicológico. Tudo isso influencia na matéria”, defendeu.
Medicina alternativa em animais
A bióloga será precedida por Pierre Escodro, docente do curso de Medicina Veterinária da Ufal e também integrante do grupo, que abordará a questão espiritual dos animais. “Eu tenho projetos na área de medicina alternativa, com acupuntura em animais, especialmente em cavalos. Quando a gente trabalha com questões energéticas, trabalhamos com questões cósmicas”, explicou Escodro, que faz parte da Linha de Pesquisa de Medicina Alternativa e Vibracional, composta por investigadores de várias instituições.
O seminário é o segundo de uma série que procura abordar o uso da transcendentalidade na ciência. O primeiro aconteceu em abril deste ano e contou com a participação da reitora honorária Delza Gitaí, abordando a espiritualidade humana. Nos próximos meses o projeto pretende debater questões como bioética, aborto, cuidado com o paciente, partindo de diferentes percepções espirituais. “Não é um enfoque religioso, mas científico”, explicou Clarisse.
O evento acontece no Dia dos Animais, 4 de outubro, e será uma forma de reunir pesquisadores interessados em colaborar. Para entrar em contato com a equipe do projeto, o endereço é [email protected], além da conta no Facebook PCE Alagoas.
