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Alguns temas de cunho social, de tantas abordagens receberem, correm o risco de tornarem-se banalizados, principalmente por parte de quem não os vivencia na prática.
Vivemos duas realidades paralelas, aquela do discurso, onde os mais aquinhoados econômica e socialmente se refestelam; mais a outra, nua e crua, onde a parcela imensa dos excluídos sociais labutam até a exaustão das forças.
Como exemplo, tomemos a suposta campanha educativa (voltada para os pobres, obviamente) na qual o governo de Alagoas orienta pela cor o nível de gravidade dos problemas de saúde e quais unidades devem ser procuradas.
No discurso, parece muito verdadeiro, lógico, acertado!
Na prática, só usuário do SUS conhece a ineficácia da proposta!
Estive in loco para afirmar isto. Vi a desestrutura, as multidões, a ausência de médicos, a grosseria de atendentes, os prazos longos para marcação de consultas, a indiferença das massas desventuradas.
Todos comendo amargamente o mesmo pão que o diabo amassou desde os tempos da colonização, numa configuração bastante aberta desse dia-a-dia de quem usa os serviços de saúde pública em Alagoas.
É a vida jogada para qualquer lado, ao sabor das vagas. Numa concretização triste da existência humana frente às dores das enfermidades conjugadas em físico, social e moral.
Os empenhos governamentais para não alterar um milímetro dessa prática infame é verazmente indignante.
Eles, quando adoecem, procuram os centros de referências no Sudeste do país. A vida deles é especial, a nossa, vale um discurso.
Até onde caminharemos nesse morticínio de pobres em Alagoas? Está na hora de superarmos essa história de terra dos marechais para nos tornamos uma terra de cidadania, de vida plena na garantia dos nossos direitos, começando pelo de existir!
