As eleições para o comando da Uncisal mostram como funciona a elite alagoana- esta verdadeiramente provinciana.
Pelas redes sociais, correm documentos, fotos, denúncias de compra de votos de lado a lado, a “preocupação” quanto ao atendimento na Maternidade Santa Mônica, mantida pela universidade estadual.
Um rio de esgoto porque a alma de quem se presta a este papel é o que é. Neste caso, do lodo não nasce a flor, mas o oposto.
O leitor deve lembrar. Antes das eleições na Uncisal, a “preocupação” de alguns representantes destes grupos com as condições da única maternidade, mantida pelos cofres do Governo estadual, era quase nula.
Agora, revestidos pelos desejos de mudança, a elite alagoana, que briga pela posse ou manutenção da cadeira de reitor, retira do armário o mesquinho interesse da politicagem barata e põe um revestimento social.
O nome disso é hipocrisia.
Ao final das eleições- e a provável judicialização do resultado- quem depende dos serviços da universidade- alunos, professores, os que frequentam a Santa Mônica como opção quase única de sobrevivência numa loteria sócio-econômica cruel- serão novamente esquecidos e substituídos pela pergunta: quem paga a conta?
O leitor deve saber a resposta.
Incrível que num país que assiste ao escândalo revelado todos os dias na novelística Operação Lava Jato e a uma Alagoas que vê agentes da Polícia Federal entrarem 2 duas vezes na sede da Secretaria Estadual de Saúde, a questão social ainda esteja reduzida ao canto mais esquecido da nossa história.
A elite alagoana e seus micro-interesses seguem como são: sob a capa do moralismo, condena os outros que não aderem aos seus princípios. Uma elite anti-democrática, onde alguns integrantes vão às ruas em defesa da ditadura militar, silenciam quanto ao assassinato de jovens da periferia e desviam de assunto ao olhar para os casos de corrupção na terra
Porque o silêncio é assim. Vem depois do fuá eleitoral. Preocupação com o povo? Será enfiada naquele canto do armário da pieguice.