BLOG

Do Nordeste ao Desacato, show de resistência

O jornalismo com liberdade de informação é essencial para a democracia, pois isto também pressupõe uma base ética e estética para lidar com a notícia.

Em tempos de avanço das opressões, fazer jornalismo se torna um ato histórico de resistência.

As aberturas midiáticas ramificadas pelas redes sociais passam a impressão de estarmos imersos em mares de conhecimento, no entanto, fazer crê que qualquer pessoa pode ocupar um posto de comunicador é apenas uma das estratégias de desmonte do próprio jornalismo.

Neste contexto de lutas pela expressão com justiça de causa, saber que o Brasil possui núcleos de contracultura que se desdobram para garantir a informação, é um alento necessário, pois o século XXI está sendo perseguido pelo obscurantismo e o nosso país sofre os efeitos daquilo que não conseguiu enterrar, como as aspirações ditatoriais e o integralismo, apoiados nos sopros sombrios do bolsonarismo.

Aqui no Repórter Nordeste lutamos diariamente pelo jornalismo independente, mas sabemos que não estamos sós.

No Sul do país, em um dos territórios mais afetados pelo sopro nazifascista, as resistências se aglutinam e o Portal Desacato mantém uma série de canais de comunicação em atividades  no estado de Santa Catarina.

Durante a pandemia do Covid-19 quando nos comunicávamos pela internet, uma mensagem comum circulava, dizendo que o outro não parasse de remar, porque quando nos olhávamos ao longe, nos motivávamos a seguir remando também. Era um pacto de sobrevivência!

Assim nós do Repórter Nordeste dizemos ao Portal Desacato, não parem de remar! Nós daqui estamos observando seus movimentos e seguimos remando também. A designação mídia alternativa ressoa em nós que nos apresentamos mídia independente e nos reconhecemos no mesmo front cultural, político, humanitário.

Na noite de 26 de julho de 2024, como membro do Repórter Nordeste, participei do 11º Café Anticolonial promovido pelo Portal Desacato. Nesta versão, foi feita uma homenagem ao multiartista Marco Vasques, que desapareceu no mar em dezembro de 2023, mas deixou uma vastidão de obras e causas pairando sobre a sociedade onde viveu.

Além de todas as emoções que emergiram, ficou nítido que a fonte de energia que movimenta a resistência vem do amálgama entre jornalismo e cultura, na expansão do conhecimento afinado com a beleza e a dureza das artes.

Da poesia, música, teatro e outras manifestações presentes, renasceu o vigor irmanado ao ser, alimentando esperanças e motivando lutas, porque a história humana não é feita somente de dores e perdas, mas também de ganhos e novas descobertas.

Parabenizamos aos que sobrevivem e conseguem espalhar cinzas e sementes sobre o tempo, na história das cidades brasileiras, humanizando as horas, eternizando a vida.

 

SOBRE O AUTOR

..