Dias antes de morrer, vereador tomou café com acusados em crime

Anna Elis Laurindo

esposa
Rita, mulher do vereador assassinato, não queria que o marido fosse político. Foto: Anna Els Laurindo

Quinze dias antes do assassinato do vereador Luiz Ferreira (PPS), da cidade de Anadia, os acusados no crime dividiram a mesma mesa na casa de Ferreira: Sânia Tereza (PT), prefeita de Anadia, e Alessander Leal, marido dela.

Eles tomaram café juntos, disse a esposa do vereador assassinato Rita Namé.

O julgamento de três dos seis acusados no assassinato do vereador (morto em 3 de setembro de 2011, com 11 tiros) acontece nesta quinta-feira (16), no fórum do Barro Duro, na capital alagoana.

No total, serão ouvidas 9 pessoas. 6 testemunhas indicadas pelo MP, uma pela assistência de acusação, e duas de defesa, indicadas pelo acusado Alessander. As demais testemunhas previstas foram dispensadas.

Sentam no banco dos réus: Alessander Leal, Tiago dos Santos Campos e Everton Santos de Almeida.

“Ele vinha dizendo há alguns dias que não aguentava mais receber ligações da prefeita, e que não iria mais atender”, disse a esposa do vereador, em depoimento ao juiz Geraldo Amorim.

“Eu não queria que ele fosse político.  Mas ele tinha um ideal político muito grande. Queria mudar a cidade que amava. E dizia que colocaria Anadia no mapa do mundo” disse a esposa.

Dizem as investigações que Luiz Ferreira foi assassinado em 3 de setembro de 2011, com 11 tiros, horas depois de anunciar em uma rádio na cidade de Maribondo (onde tinha programa apresentado por ele aos sábados) que era candidato a prefeito de Anadia. Sânia­ que era prefeita da cidade­ disputaria a reeleição. Luiz Ferreira era professor da Ufal e ex-­diretor do Hospital Geral do Estado.

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