A aposentada Gizela Cristina Bohrer, de 60 anos, presa em janeiro por participação nos atos antidemocráticos do dia 08, disse à Polícia Federal que embarcou em ônibus gratuito numa caravana organizada pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT). É a primeira vez que parlamentares são citados como possíveis organizadores das caravanas.
Ela também citou a participação da candidata a deputada federal Analady Carneiro da Silva (PTB-MT), que não ganhou as eleições, e pelo candidato a deputado estadual Rafael Yonekubo (PTB-MT), que está como suplente.
No relato, Gizela comenta que os três políticos movimentavam grupos pela WhatsApp e organizavam caravanas para Brasília há pelo menos 2 anos. Com refeições e viagens gratuitas, os ônibus saíam em ocasiões como o 7 de setembro e 15 de novembro de 2021 e 2022.
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A depoente apresentou à PF os números de telefone dos três e liberou a senha do seu celular, que foi apreendido, para aprofundamento das investigações.
Procurada pelo Portal UOL, a deputada Coronel Fernanda afirmou que não tem participação é que “não sabe quem é essa pessoa que está falando”. Os outros dois possíveis envolvidos também negaram relação com as caravanas.
Apesar de admitir participação e entrada nas instalações do Congresso, Gizela afirmou não aprovar invasões. Ela teria entrado para filmar a ocasião pois, segundo ela, estaria chocada com a situação. A aposentada disse acreditar que as depredações foram feitas por bandidos infiltrados.