Cada vez que o ex-prefeito de Traipu, Marcos Santos, é preso e solto nas operações policiais- por conta da lista sem fim de processos e condenações que responde- aumenta seu prestígio eleitoral na cidade.
Existe uma aura em torno de Marcos Santos: a de que ele tem poder suficiente para deixar a cadeia, o que incluem seus “amigos de fé” em Brasília.
Talvez seja hoje o ex-gestor com mais quantidade de prisões via PF em Alagoas. O que nunca lhe impediu de monstrar força na Câmara de Vereadores de Traipu ou decidir quem seria o próximo prefeito.
Uma lógica quebrada, no caso da prefeitura, por Eduardo Tavares, que liderou a oposição na cidade. Mas não suficiente para destruir essa santificação do ex-prefeito, quase um Messias, condição potencializada em uma das cidades mais pobres de Alagoas.
Traipu alcançou um nível extraordinário, que não é diferente do nosso Brasil: um estranho pacto entre o povo que “perdoa” a corrupção e as instituições, ainda selecionando os criminosos pobres e ricos.
Sobra Marcos Santos que, mesmo ficha suja, elegerá o próximo prefeito de Traipu.
Poucos de nós, talvez, suportaria estudar o Brasil dissecado.