A desigualdade brasileira aparece até num simples resultado de exame para saber se uma pessoa tem covid-19 ou não.
Vemos autoridades com sobrenomes importantes mostrarem seus exames, negativos ou positivos para a doença.
Um internauta alagoano, que é profissional da saúde, nem é político nem é rico nem herdeiro de poderoso nem tem sobrenome de destaque.
Por isso, até hoje, ele não sabe se tem covid-19.
Ele está afastado da unidade de saúde que trabalha, com os sintomas de coronavírus.
Fez o exame para confirmar. Na Unidade de Pronto Atendimento do Trapiche da Barra, bairro da parte baixa de Maceió, disseram que o resultado sairia em 7 dias.
Não saiu.
Ele ligou para os contatos que passaram para ele, o que evitaria dele sair de casa.
Ninguém respondeu.
Saiu de casa, foi para a UPA do Trapiche.
Ficou 4 horas na sala de espera, enquanto via outras tantas pessoas também aguardando seus exames e outras chegando para serem atendidas e outras talvez com outros problemas de saúde, próximas dele.
Chamado para saber seu resultado, ouviu: “Ainda não saiu”.
E agora?