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Citado por delator, Fireman comanda programa de farmácias populares

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Chamado de “Fantasma” pelo delator Alexandre Biselli, em depoimento ao Ministério Público Federal em que é acusado de receber propina nas obras do Canal do Sertão quando era Secretário de Infraestrutura no Governo Teotonio Vilela Filho (PSDB), Marco Fireman está à frente da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde.

Não está mais com Vilela. Foi indicado ao cargo nacional pelo senador Benedito de Lira (PP). Antes, também indicado por Biu, comandou a Companhia Brasileira dos Trens Urbanos (CBTU).

No cargo atual, que ocupa no Ministério da Saúde, Fireman controla, por exemplo, o Farmácia Popular, uma das vitrines no Governo Lula, que vende medicamentos até 90% mais baratos que os preços do mercado. De graça (basta a receita) são ofertados medicamentos contra pressão e diabetes.

Não apenas. Pela mesa dele circulam todos os estudos na área de saúde pública. A secretaria encabeçada por ele “formula e implementa políticas nacionais de ciência, tecnologia e inovação em saúde, assistência farmacêutica e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de saúde”, informa o Ministério da Saúde.

Fireman é acusado, pelo delator Biselli, de receber R$ 350 mil em propina. Ele nega. Biselli é executivo da Odebrecht e testemunhou, ao menos, duas reuniões no antigo Hotel Radisson, na praia de Pajuçara, envolvendo Fireman, o executivo da Seinfra, Fernando Nunes, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), o irmão dele, Elias Vilela, e João Pacífico, ex-diretor da Odebrecht no Nordeste, que definia a porcentagem de propina a ser paga: em Alagoas, explica Biselli, o grupo pediu 5% do contrato executado pela construtora, em um dos trechos do Canal do Sertão.

Pacífico fechou em 2%.

Fireman nega participação em qualquer esquema ou ilicitude: “Quero ressaltar que minha passagem pela secretaria foi marcada por um trabalho sério. Desafio qualquer delator a provar que teve alguma tratativa comigo de propina ou qualquer outro tipo de ilicitude”.

 

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