Blog do Odilon: falência de Grupo JL abre novo olhar sobre a economia em Alagoas

A falência do Grupo João Lyra não deve ser confundida como um “justiçamento”, como se um dos empresários mais

Laginha: alvo da ação dos credores internacionais

ricos e bem sucedidos do Estado tivesse de ser alvo de uma campanha ligada à vingança por seu passado ou presente.

Mas, a decisão do Tribunal de Justiça abre um novo olhar sobre as usinas, mais moderno, republicano. Afinal, até que ponto os usineiros de Alagoas devem ser protegidos pelo poder público, mesmo levando adiante um modelo econômico escravocrata, com evasão de divisas para outros estados e ineficiente do ponto de vista administrativo e ecológico?

Há oito meses que o Grupo JL não paga ICMS aos cofres alagoanos. A falência das cinco usinas seria decretada pelos credores em abril de 2011. Mas, uma surpreendente decisão do juiz Sóstenes Alex alterou o contrato assinado com cinco bancos- quatro deles europeus- e postergou a falência para abril de 2012. Isso para que o Grupo JL tivesse mais 12 meses de fôlego, na tentativa de salvar as usinas.

É questionável o “lado social” de usinas, encravadas em áreas miseráveis de Alagoas, mantendo em seus quadros uma mão de obra barata e sem trazer o esperado “boom desenvolvimentista”, esperado há 350 anos.

Assim como é questionável uma usina dever milhões em energia elétrica e não sentir a ação dos alicates por causa de sua “função social”.

A decisão do juiz convocado pelo TJ, Marcelo Tadeu, não fecha as empresas de João Lyra. Ela pede que os atuais gestores sejam afastados para evitar novos desmandos. E lança um novo olhar sobre a administração privada em detrimento da pública.

Afinal, o modelo sucroalcooleiro não pode ser, como sempre é, protegido dentro de suas incompetências. A Europa tenta fazer isso com os seus bancos. A falência da Grécia pode ser suficiente, como exemplo, para nós.

.