Líder nacional em analfabetismo, Alagoas tem o triplo da média nacional num área que deveria causar rubor a qualquer político ou instituição num Estado pobre e que privilegia tanta gente no setor público. E não por meritocracia.
Há, porém, um detalhe: o lugar dos analfabetos em Alagoas. Nas fotos das campanhas eleitorais, lá estão eles numa condição baixa, ressaltando a humilhação no lugar da cidadania. Servem para preencher os lugares vazios entre os vendilhões do templo.
Os analfabetos são massa de manobra nos municípios. Estão sob eterna dependência do setor público. Acabar com o analfabetismo não faz parte de metas ousadas dos gestores nem dos investigadores destes gestores. Há conivência, alcovite intencionais.
Assim, gerações de desqualificados duram bastante Elegem quem se supõe cheio de saberes ou herdeiro dos parasitas da terra. A finada operação taturana mostrou como funcionam as coisas e as pessoas em Alagoas. É como se não tivesse havido nada.
Analfabetos, miseráveis, sem-teto, sem-renda permanecem representando quem é convocado para aplaudir ao invés de decidir. Decidiram por eles. A gota d’água pinga num balde que parece nunca esborrar. E assim as gerações seguem semi-mortas em meio aos bem vivos. Em condições assim, a Terra nunca deixará de ser plana.
