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A vitrine da misoginia brasileira

Misoginia é um termo ainda novo para muitas pessoas. Mas o ódio às mulheres é algo popularizado, normalizado inclusive pela naturalização do abate, como se fosse um animal marcado para consumo, sempre que o macho julgar oportuno.

Eis a triste história de Eliza Samúdio, que segundo depoimento de um sobrinho do goleiro Bruno, condenado pelo crime – teve o corpo jogado aos cães, literalmente. Deixando sua morte no vácuo material.

Apenas o ódio tenta destruir dessa maneira um ser.

O corpo da mulher é alvo do ódio desde os primórdios do patriarcalismo e nas sociedades misóginas a propaganda é recurso de ampla violência contra este sexo; seja transformando-o em objeto de mercantilização, piada, estupro, ou enviando metamensagem ao contratar como garoto propaganda um feminicida para divulgar um canil, depois de este ter matado uma mulher e jogado seu corpo aos cães.

Mau gosto é pouco, o que temos nesta situação é reafirmação da misoginia.

Que todas as mulheres do Brasil expressem repúdio pela empresa que foi capaz desta contratação, naturalizando crime tão bizarro. Talvez tenhamos em breve os rostos de outros feminicidas fazendo propaganda da indústria de armamento, ao gosto do bolsonarismo em voga.

Esta não é história da Eliza Samúdio apenas, é a história do quanto a misoginia nos ameaça, nos ronda e adentra as nossas vidas até pelas vias da propaganda.

Se não lutarmos contra isso, quem o fará?

Uma resposta

  1. Sempre acertiva. Sempre lúcida! Ana, querida, você honra o nordeste e sua tradição revolucionária. Você e o Odilon! Amo vocês de todo o meu coração!
    Valéria

SOBRE O AUTOR

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