O deputado estadual alagoano Inácio Loiola (PSB) investigou e descobriu mais detalhes a respeito da obra inacabada e inaugurada por Jair Bolsonaro na quinta-feira em Alagoas.
(Antes de tudo: Inácio Loiola é uma das principais referências no Nordeste sobre questões hídricas na região, além de pesquisador do cangaço. É engenheiro agrônomo e historiador)
A obra que estamos falando é a ampliação do sistema de abastecimento de água na cidade de Piranhas, assunto exclusivamente abordado por este blog desde quarta-feira, um dia antes da visita presidencial.
Bolsonaro compartilhou nas redes sociais um vídeo tomando um banho junto com outras pessoas além de crianças, com a água despejada de uma encanação, jorrando o precioso líquido no sertão do estado.
Foi uma grande festa, para mostrar que o Nordeste estava à beira de virar mar, graças ao presidente da República.
Não foi bem assim.
A água que jorrou do cano foi “emprestada” de uma adutora da cidade de Delmiro Gouveia, também no sertão alagoano.
Porque ainda não existe água bombeada na ampliação do sistema de abastecimento de Piranhas nem sistema para tratar essa água. O blog mostrou fotos do estágio desta obra. Veja uma delas:
Inácio Loiola, aliás, disse que Jair Bolsonaro descobriu no caminho que inauguraria uma obra inacabada.
E tentou voltar a Brasília.
No Twitter, o presidente avisou da dificuldade de pousar na cidade de Paulo Afonso, na Bahia, e seguir para Piranhas.
Reclamava das condições meteorológicas.
O céu, porém, estava bom.
Em verdade, segundo o deputado estadual alagoano, que manteve contato com uma pessoa da comitiva, Bolsonaro quis desistir da inauguração após descobrir que a obra estava incompleta.
Mas ele recebeu uma ligação de Brasília, de uma liderança política alagoana (não disse o nome) implorando que o presidente não desistisse, temendo que ela, essa liderança, ficasse desmoralizada.
Bolsonaro atendeu ao pedido. E inaugurou a placa do sistema, ao lado do senador Fernando Collor.
Inácio sabe que ampliação do sistema de abastecimento de água em Piranhas, apesar de ser uma obra importantíssima como diz, não será entregue nem tão cedo.
Porque o ritmo da obra é lento demais. “Nem 40% dela está concluída”.
Eis a historia.
Uma resposta
É UMA VERGONHA!