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5 federais devem disputar eleição para Assembleia Legislativa

Especial para o EXTRA

A concorrida disputa eleitoral no próximo ano, sem nomes definidos até para o Governo tanto para a situação quanto para a oposição, virou jogo com lances dramáticos a quem está no páreo à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

Nos bastidores, a reeleição de Marx Beltrão (PSD), Tereza Nelma (PSDB), Paulão (PT), Severino Pessoa (Republicanos) e Pedro Vilela (PSDB) é vista como bastante difícil e eles devem ser obrigados a alterarem seus planos: ao invés de buscarem alcançar os 160 mil votos exigidos pelo coeficiente partidário a um deputado federal, podem concorrer a vagas para estadual, onde o coeficiente é menor (60 mil votos).

Mas isso significa reeleição dura aos atuais deputados estaduais. E mais pressão contra o governador Renan Filho (MDB), obrigado a ajustar mais correligionários na máquina pública. Ele mesmo precisa de votos já que é cotado para disputar o Senado, vaga hoje de Fernando Collor (Pros).

Por isso o governador acomodou em secretarias estaduais Maycon Beltrão, irmão de Marx, no comando da Agricultura e Fabiana Pessoa, esposa de Severino, na Assistência Social.

São duas pastas com alguma expressão política, contando programas sociais de relevante alcance, encabeçada por duas pessoas derrotados na disputa pela prefeitura de Coruripe (Maycon) e Arapiraca (Fabiana).

Na Agricultura há o programa do leite, distribuição de sementes, feiras da agricultura familiar; na Assistência Social, são os programas de vigilância e proteção social, de segurança alimentar e nutricional. 1 em cada 3 alagoanos depende ao menos de um ou mais programas destas pastas.

O PT faz as indicações na apagada Secretaria de Direitos Humanos e não deve ter novos espaços na administração estadual.

Tereza Nelma vem recebendo sinalizações do senador Renan Calheiros para que migre para o MDB. Isolada no ninho tucano pelo presidente estadual do PSDB senador Rodrigo Cunha, Nelma tem grande apelo popular junto a entidades como a Associação Pestalozzi.

Pedro Vilela é um caso à parte. Sua reeleição é a garantia da família do ex governador Teotonio Vilela Filho se manter em Brasília, com acesso a ministérios e Congresso Nacional, representando os interesses da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, os usineiros. Deve se apegar aos Calheiros, em nome da amizade entre Téo Vilela e Renan pai, para ser reeleito.

Collor x Renan

A novidade da semana foi o calheirista Adeilson Bezerra assumir o comando do PROS em Alagoas. Uma estratégia construída por Renan Calheiros em Brasília e que dificulta a permanência de Fernando Collor nesta legenda.

Collor disputa a reeleição e deve enfrentar Renan Filho. E o PROS pode negar a legenda para o senador. Daí o caminho de Collor é buscar outro partido.

Por outro lado, o senador faz questão de desfilar mais e mais o seu prestígio junto ao governo Jair Bolsonaro, que se esforça junto ao gabinete do ódio para impedir que Renan Calheiros assuma a relatoria da CPI da Covid, algo que deve acontecer, pelo menos segundo as apostas mais recentes.

Fernando Bezerra, que é líder do Governo no Senado, disse a Renan Calheiros no último final de semana que o Executivo não tinha interesse em atrapalhar os caminhos do senador alagoano na CPI.

Por outro lado, os porões do bolsonarismo se movimentam nas redes sociais para desgastar Renan, que acionou o Twitter para cancelar milhares de robôs mirando o seu nome.

Guerra

Na formação das chapas majoritárias, os nomes de Collor e Renan fazem as suas costuras.

Collor busca uma dobradinha com presidente da Assembleia, deputado Marcelo Victor (SDD), com aval do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP) e passando pelo prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (sem partido). Eles devem escolher um nome para a disputa ao Governo.

Os Renans buscam atrair novos apoios mas trabalham com cenário que nem eles nem o grupo Collor-Victor-Lira-Barbosa têm alguém definido para o Executivo estadual.

No grupo do governador, os secretários Alexandre Ayres (Saúde), Maurício Quintella (Infraestrutura), Alfredo Gaspar de Mendonça (Segurança Pública) podem disputar vagas na Assembleia ou Câmara Federal. Ou um deles disputar o Governo.

George Santoro (Fazenda) vem sendo convencido a investir numa candidatura a federal, com o apoio dos empresários, enxergando no secretário alguém com muitas afinidades para defender pautas do setor em Brasília. Santoro é responsável por agregar um inédito caixa de 5 bilhões de reais no Governo. Nesta semana, ele dividiu a foto com o governador no anúncio de reposição salarial de 4,52% para os servidores públicos.

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