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Vivendo na pátria da liberdade reinventada

Que rasteira foi essa, que ainda não foi possível entender tudo o que nos aconteceu em 2019?

Quando abrimos os olhos, os inimigos estavam articulados, usando dinheiro público para comprar as aprovações das nossas desditas e vestidos de terno caro, nos púlpitos da fé, conduzindo a má fé e a fé cega.

Que bafio antipoético é esse, que transformou cultura em pauta de perseguição?

Nas mesas de casa, quem pode se dizer família?

Os irmãos e irmãs de fé, são virtuais e nos acolhem mais do que os ditos “reais”. Onde neste país não está sendo preciso reformular os sentidos, os conceitos, as compreensões, para não perder o senso?

Perder. Há um trauma aumentado nesta palavra. Qualquer coisa que insiste em levar mais rápido nossa juventude, dinheiro e saúde, sem direitos nem mesmo a sentir saudade.

Quem consegue parar esse trem desgovernado, mas na verdade, bem gerenciado, servindo aos piores interesses que uma sociedade pode arregimentar?

Quem conseguiu chegar até aqui sem duvidar de si, tem chances reais de seguir, sair, resistir e no final do ano que se aproxima deixar um depoimento aqui.

Porque este tabuleiro nos alveja. Nos afeta e afasta de nós mesmos, se a porta ficar aberta. É preciso fechar as entradas e alargar os cômodos, abrigando os escolhidos no âmago, é preciso ter gente com a gente!

Tantas perdas, nos ensinam a não morrer fácil.

Mas quando o ausente se pressente, chama rápido! Chega perto. A hora está vazia de esperanças vagas, boêmias, largadas. Tudo espreme a espera, atiça ansiedade, rouba vontade, encarcera.

Está ruim de verdade, mas reage!

Esse capítulo é só mais um e a história de cada um pode cochilar um pouco no colo do outro. Vai machucar um tanto mais, mas não levará o que guardamos para partilhar com leituras, loucuras e chás.

Essa braçada de agora também é sobrevivência. Não desiste de braçar um pouco mais. Te espero no cais.

Esse é o Brasil que nos pariu, e no tumulto de um golpe fez da tarde escuridão, libertando os espectros do mal não expurgado, que jamais deveria ter sido perdoado e agora alardeia tantas dores para de nós só receber perdão.

O pesadelo mistura arquétipos. Mas é com a calma de quem se sabe efêmero e também eterno que decidimos não perdoar.

Continuar lutando e dizendo não ao bolsonarismo, fascismo, nazismo, integralismo, é uma forma de viver na pátria da liberdade reinventada!

SOBRE O AUTOR

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