Durante uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, realizada em 4 de junho de 2025, o vereador Pitel Filho (MDB) gerou polêmica ao criticar o aumento do número de cuidadores destinados a crianças atípicas nas escolas municipais.
A fala do parlamentar ocorreu após o vereador Michelzinho (PSD) apresentar dados sobre o crescimento da quantidade de profissionais e de crianças com laudos de transtornos de neurodesenvolvimento. Segundo Michelzinho, o número de cuidadores e estagiários na rede pública municipal saltou de 173, em dezembro do ano anterior, para 418 em junho de 2025. Já o número de alunos com laudos passou de 532 para 668 no mesmo período.
Diante desses números, Pitel Filho questionou a necessidade do aumento expressivo de profissionais e sugeriu que fosse realizada uma fiscalização para verificar a legitimidade dos laudos médicos. “Está em tempo da gente fazer uma fiscalização e olhar se realmente esse pessoal está merecendo esses cuidadores, porque quase 500 cuidadores em um município desse tamanho, eu acho que já está passando do limite”, declarou o vereador.
A declaração gerou indignação entre familiares de crianças atípicas e profissionais da área, que consideraram a fala desrespeitosa e capacitista. Em resposta à repercussão negativa, Pitel Filho publicou uma nota de esclarecimento e pedido de desculpas, reconhecendo que suas declarações foram “inoportunas, desarrazoada e desagregadoras”.
O vereador afirmou que pretende dialogar com famílias e especialistas para compreender melhor a realidade das crianças atípicas e dos profissionais que atuam no setor.
O episódio reacendeu debates sobre a inclusão escolar e o papel do poder público na garantia de direitos para crianças com necessidades especiais. Especialistas defendem que o aumento do número de cuidadores reflete uma maior conscientização sobre a importância do suporte adequado para esses alunos, garantindo-lhes melhores condições de aprendizado e desenvolvimento.
