O governo federal lançou nesta segunda-feira (22) a Nova Indústria Brasil, uma política industrial que tem como objetivo “reverter o processo de desindustrialização precoce e severa que acomete o país há décadas”.
O plano estabelece uma série de metas até 2033 para a “neoindustrialização” do país, com o uso de linhas de crédito, subsídios e requisitos de conteúdo local para fomentar empresas nacionais.
O projeto retoma o papel do poder público como indutor do desenvolvimento da indústria. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), comandado por Geraldo Alckmin, criado especificamente para a produção de uma nova política industrial, participou da criação do projeto durante o segundo semestre de 2023.
Representantes de 20 ministérios, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores participam do conselho. Logo após a reunião, integrantes do governo darão uma entrevista coletiva para apresentar esclarecimentos sobre a iniciativa.
Confira as missões do plano:
• Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética;
• Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde;
• Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades;
• Transformação Digital da indústria para ampliar a produtividade;
• Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras;
• Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.
Veja as metas:
• Da missão cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética: aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% e alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional, garantindo a sustentabilidade ambiental;
• Da missão complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde: produzir, no país, 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde;
• Da missão infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades: reduzir o tempo de deslocamento de casa para o trabalho em 20%, aumentando em 25 pontos percentuais o adensamento produtivo na cadeia de transporte público sustentável;
• Da missão transformação digital da indústria para ampliar a produtividade: transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras, assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de novas tecnologias;
• Da missão bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações: promover a indústria verde reduzindo em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado do PIB da indústria, ampliando em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, e aumentando o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano;
• Da missão tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais: obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa.