Quando a UFAL instituiu o Sistema de Cotas Raciais, aderindo às Políticas Afirmativas que estavam a pleno vapor, a condição que alguns grupos colocaram para aprovar o feito foi erguer como barreira seletiva “ser estudante de escola pública”, recordo que à época, questionei alguns dirigentes do NEAB sobre este ponto, pois enxergava nele uma determinação para o lugar do negro entre as camadas mais empobrecidas, que nestas plagas tem sido condição sine qua non para se tornar demanda destas escolas, haja vista as condições de funcionamento da maior parte delas serem precárias.
Lembro-me até que citei os casos das famílias de baixa renda que colocavam seus filhos para estudar em escolas particulares de bairro, pagando valores simbólicos ou batalhavam por vagas em instituições filantrópicas, mas sequer ecoou. Estavam mesmo convictos de que a dívida histórica só deveria ser amenizada em parte, numa espécie de cota social com roupagem racial.
Hoje temos o caso da estudante de Relações Públicas Érica Rocha, que concluiu os estudos pela modalidade Educação de Jovens e Adultos como bolsista de uma instituição privada, e sendo selecionada como cotista não teve autorização para a matrícula por causa daquela barreira social de seletividade que alguns indivíduos ergueram, sem considerar variáveis.
Recorrendo à justiça para garantir a realização do seu sonho de crescimento acadêmico com possível mobilidade social no futuro breve, Érica Rocha conseguiu garantir sua matrícula através da assistência da Defensoria Pública da União.
Agora, já no 6º período e com estágio no Museu da Imagem e do Som, foi surpreendida com uma ligação da Defensoria sobre o seu processo, e sendo atendida por um estagiário foi informada que sua matrícula havia sido suspensa!
Isso mesmo! Pasmem! Érica está impedida pela justiça de continuar seus estudos, como se em um click toda sua história acadêmica esteja invalidada pela decisão de um juiz.
Convocamos quem tiver força de denúncia e mobilização para encampar a luta pró estudos da Érica Rocha.
Sejamos tod@s Érica! Porque ela nos representa!
Ubuntu!
