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TSE mantem silêncio e Bolsonaro insiste em teorias da conspiração sobre urnas

Os ministros do TSE assumiram uma postura estranhamente silenciosa, desde que Jair Bolsonaro reacendeu as teorias da conspiração sobre as urnas eletrônicas, na esteira dos acontecimentos nos Estados Unidos.

A extrema direita americana invadiu o Capitólio e tentou um golpe de Estado. Não conseguiu. Quatro pessoas morreram nos confrontos entre polícia e extremistas.

No Brasil, Bolsonaro incita seguidores.

“O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o problema, a causa dessa crise toda: falta de confiança no voto. Então lá, o pessoal votou e potencializaram um voto pelos correios por causa da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa”, disse o presidente, ao estilo, falando em provas que ele nunca mostra.

“E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 22, vai ser a mesma coisa. A fraude existe. A imprensa vai dizer ‘sem provas, ele diz que a fraude existe’. Eu não vou responder esses canalhas da imprensa mais. Eu só fui eleito porque tive muito voto em 2018”. Essa declaração é importante porque atinge diretamente o TSE, guardião da legalidade eleitoral brasileira e fiador da segurança eletrônica nas urnas.

Há muita maluquice sobre as urnas eletrônicas espalhadas em vídeos pelo Youtube ou nas redes sociais. E os sites bolsonaristas potencializam a mentira que é tratada como “liberdade de expressão”.

Ministros do TSE também são do STF- e aí a coisa fica mais grave. Porque o STF é o guardião de algo ainda maior: a Constituição.

Atacados por Bolsonaro, TSE e STF mantêm uma farsa: a da normalidade democrática brasileira. Até hoje o STF não decidiu a respeito da suspeição de Sérgio Moro na condenação contra Lula. Há provas sobre a parcialidade do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. O silêncio ainda é a resposta.

TSE e STF mostram muito a respeito do poder no Brasil. O que não é nada pop.

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