Temer está nitidamente naufragando, diz jurista

O jurista Luiz Flávio Gomes, em entrevista à Rádio Bandeirantes, afirmou que o Governo Temer está “nitidamente naufragando” e que não tem “a mínima condição de sobreviver”.

Para ele, o pedido de Michel Temer (PMDB) de suspensão do inquérito para que haja perícia na gravação não tem fundamento jurídico.

“Nenhum pedido de perícia interrompe a investigação. Ao contrário, a perícia faz parte da investigação que já tramita no Supremo Tribunal e tem que continuar, não pode suspender”, afirmou Gomes.

Luiz Flávio destacou três trechos da conversa entre o presidente e o empresário da JBS, Joesley Batista. O primeiro seria o que Joesley faz menção ao deputado cassado Eduardo Cunha, cujo segundo a Procuradoria-Geral da República, Temer teria dado aval para compra do silêncio do ex-deputado.

O segundo diz respeito à compra de dois juízes e de um procurador da República como “informante” e o terceiro quando Joesley pede para trocar os responsáveis de órgãos como a Receita Federal e o Bando Nacional do Desenvolvimento (BNDES) usando o nome de Temer.

Omissão

De acordo com ele, embora haja dúvida em relação à edição ou não da gravação, esses trechos explicitam que o presidente sabia de situações irregulares e não alertou nenhuma autoridade sobre o assunto, condenando o governo.

“As partes essenciais da fala do Temer estão confirmadas, não há nenhum tipo de problema na gravação, logo não tem como, ou é renuncia, ou é impeachment, ou é cassação pelo TSE.”

“Campanha irresponsável”

Já o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB) criticou a abertura de inquérito contra o presidente e afirmou que a “campanha” para que Temer renuncie é “irresponsável”.

Ele alegou que o governo atual recebeu um país “praticamente quebrado” das mãos da gestão Dilma.

“O governo anterior gastou muito mais do que arrecadou, levou o país ao cartão de crédito, ao cheque negativo nos últimos três anos e levou também a aumentar a dívida bruta do governo”, destacou o deputado.

“Gesto desastrado”

Para Perondi, a decisão de abrir um processo contra Temer antes mesmo de submeter o áudio a uma perícia profissional foi um “gesto desastrado” do Ministério Público.

Sobre a saída do PSB da base aliada do governo, Darcísio alegou que a executiva do partido havia tomado esta decisão antes mesmo da revelação sobre a gravação e as delações, há cerca de 30 dias atrás.

Da Rádio Bandeirantes

 

.