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Semana da crucificação

Semana de dias santos, em longos dias de paixão e sacrifício para quem se torna vítima de violência letal em corpos amados, do ninho retirados pela insana escolha de alguém.

Paixão e morte de Jesus, o Crucificado, falando fundo nos corações humanos, além das religiões.

O simbolismo do sacrifício exigido, escolhido, imposto.

Toda vítima de crime carrega a face de Jesus.

Nunca acreditei no derramamento de sangue como ato de salvação porque não consigo ver paixão nesse fenômeno.

Sangrar não é um gesto libertador.

É um sacrifício imposto, uma violação.

A reação da vida, que é sempre nobre, surge na esperança do renascimento, na esperada Páscoa que eterniza sentimentos de fé e confiança.

Todo assassinato é erro. Toda esperança de Vida Eterna é Páscoa!

Paixão por matar possui o autoritarismo de quem ousa ferir uma vida que pulsa.

Os sistemas mundanos criaram enfeites religiosos para as suas taras sangrentas e a voz da vítima exclamando perdão aos algozes talvez seja a verdade única da história.

Nos mistérios lacrimosos de Maria, mãe de Jesus, a dor aninhada em nossos corações expande um tipo estranho de beleza.

Mas quando não precisarmos mais crucificar ninguém, ensanguentar ninguém, talvez estejamos mais próximos da verdadeira libertação.

Quem liberta é a vida. E quando esta é ferida no corpo, que exangue liberta o espírito, a esperança retorna pelas vias da imortalidade.

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