São João: Banda denuncia Prefeitura por tratamento dado ao forró

“Mais um episódio que se repete com o forró”, diz um dos integrantes da banda Fulô de Mandacaru, que se apresentou na noite de ontem (27) no São João de Maceió. A banda se pronunciou nas redes sociais após ter seu horário de apresentação trocado para às 4h da madrugada.

O grupo de forró se apresentaria de 20h às 21h. Eles denunciam ainda que o pagamento acordado em contrato com a Prefeitura de Maceió não foi cumprido. A Prefeitura não de pronunciou sobre o caso, afirmam.

Os artistas atribuem a diferença de tratamento com o artistas de outros ritmos musicais a um fenômeno de “invasão” do mercado pop a tradicional festa junina, que se consolidou o forró e ritmos típicos.

“Faltou compromisso”

De acordo com o pronunciamento da banda “ninguém cumpriu com nada”. Em vídeo, um dos integrantes rasga o contrato com a Prefeitura: “contrato só serve para quem tem palavra”.

A banda diz que cumpriu sua parte e que não recebeu o que estava combinado. Confira o posicionamento da banda:

 

O caso não é diferente do que tem acontecido pelo Nordeste. O cantor e forrozeiro Santanna, por exemplo, durante o show de abertura da festa na cidade de Bananeiras (16/06), na Paraíba, fez um desabafo em favor do forró tradicional nas festas juninas do Nordeste.

O cantor, compositor e sanfoneiro brasileiro Flávio José, gerou polêmica ao se pronunciar (02/06) sobre a perda de espaço que o forró sofreu no palco do São João de Campina Grande, também na Paraíba. Ele teve o horário de apresentação reduzido para que o sertanejo Gusttavo Lima tomasse o palco.

“Se ficar alguma música do repertório, que vocês tão pensando em ouvir, e não vão ouvir, a culpa não é minha. Eu não tenho nenhum show para sair daqui correndo pra fazer. Não foi ideia minha. Infelizmente, são essas coisas que os artistas da música nordestina sofrem. ‘Precisa cantar 1h30 não, uma hora tá bom’. Vamos nos virar nos 30 para ver se a gente atende vocês”, disse o cantor em vídeo que viralizou nas redes sociais.

Ao tomar conhecimento do ocorrido em Maceió, Flávio José se solidarizou, através de um comentário no Instagram. Ele alerta: “Lamentável. Infelizmente mais um caso. Por isso eu falei. Não foi o primeiro e nem vai ser o último caso a acontecer. Aguardem as próximas vítimas”.

Lei Luiz Gonzaga

Foi aprovado, na semana passada (20/06), regime de urgência para o  PL 3083/2023  . O projeto de lei foi batizado de Lei Luiz Gonzaga, mas chamado informalmente de PL do Forró. Ele poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara dos Deputados e será responsável por determinar o repasse de 80% dos recursos das festas juninas para artistas ligados ao forró e cultura regional.

“É por isso que a Lei Luiz Gonzaga, quando tiver regulamentada, esse tipo de coisa não vai acontecer. O forrozeiro não será mais desrespeitado. Isso que vem acontecendo com o forró, mexe com a gente mas a gente não vai ficar calado. A gente está aqui para se posicionar”, afirmou um dos integrantes da banda Fulô de Mandacaru.

A Prefeitura foi procurada pelo Repórter Nordeste, caso obtenhamos respostas atualizaremos o texto.

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