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Rosinha da Adefal usa Maquiavel para chegar a Bolsonaro

A derrota nas urnas de Rosinha da Adefal ajudou a construir (ou potencializar) o projeto dela, na Câmara Federal, que proíbe professores de abordarem assuntos referentes à sexualidade para crianças e jovens.

A divulgação do projeto é vinculada à discussão sobre o futuro do escola sem partido, a lei alagoana do deputado Ricardo Nezinho (MDB). O STF começa a analisar a constitucionalidade da lei no final de novembro. O escola sem partido é apoiado por Jair Bolsonaro.

A futura ex-deputada federal busca espaço no Governo e mostra as credenciais exigidas. Nada de projetos para melhorar as condições do SUS; diminuir a evasão escolar; saídas para os cortes orçamentários na área de assistência social, afetando também deficientes físicos.

Nada disso interessa aos bolsonaristas. Mas, sim um moralismo a ponto de controlar até o pensamento dos indivíduos, amedrontar os opositores pelas punições, pressionar através de ameaças, como se vê no debate da lei antiterrorismo; do policial incentivado pelo capitão a matar os “bandidos”.

Rosinha busca espaços na máquina federal. A partir de 2019, seus poucos cargos na administração Renan Filho (MDB) vão para outros partidos; nas eleições de 2012 à Prefeitura de Maceió, ela teve 10.022 votos- número irrelevante para discutir cargos do primeiro escalão em qualquer administração; em 2018, ficou com 5.887 votos, quantidade ínfima no balcão de negócios agregados à forma de fazer política no Brasil.

Para escapar da berlinda, recorre ao absurdo: uma lei acompanhada de um severo controle da sexualidade humana. O tema é recorrente, principalmente em correntes religiosas mais ortodoxas, brotando votos em terras da hipocrisia.

A repercussão negativa do projeto, por óbvio, vai interessar aos fiscais de Bolsonaro. Rosinha pode ter aquilo que busca: sobrevida eleitoral. Os fins justificam os meios.

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