Renan Filho foi um dos ministros de Lula vítima do esquema de clonagem de “zap”

Brasília (DF), 03/05/2023 – Entrevista coletiva do Ministro dos Transportes, Renan Filho, após encontro com o presidente Lula, e o Governador do Paraná, Ratinho Junior, no palacio do Planalto. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

O Ministro dos Transportes, Renan Filho, foi uma das vítimas do esquema de clonagem de celulares desmontado na manhã desta terça-feira (07) na Operação Alto Escalão, da Polícia Civil do Distrito Federal.

A operação revelou que uma quadrilha enganava as vítimas ao se passar por autoridades do primeiro escalão do Poder Executivo do país. Os criminosos clonavam de perfis de WhatsApp, permitindo que até mesmo as imagens, nomes e informações obtidas de fontes abertas fossem utilizadas.

Além de Renan Filho, até o momento, os seguintes ministros foram identificados como vítimas do grupo criminoso: Juscelino Filho (Comunicações), Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência Social).

O esquema

Os criminosos se aproveitaram do disfarce de ministros para solicitar transferências via Pix a indivíduos supostamente necessitados, alegando que não podiam realizar as transações diretamente a fim de preservar sua reputação.

Em um dos casos, a quadrilha fingiu ser um ministro e entrou em contato com o presidente de uma associação comercial em uma cidade do interior de São Paulo. Alegaram que tinham um assunto urgente na cidade vizinha e informaram sobre o falecimento de uma pessoa próxima naquela localidade.

O estelionatário disse, então, que estava com dificuldades em fazer a transferência de dinheiro para a família, justificando o pedido de ajuda ao presidente da associação, prometendo reembolsar o valor posteriormente.

Investigação

Depois de alguns ministros procurarem a polícia para denunciar fraudes cometidas em seus nomes, os fatos passaram a ser investigados.

Após seis meses de investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal, em colaboração com as polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, conseguiram identificar dez membros de um grupo criminoso residentes nos dois estados nordestinos.

A operação realizada nesta terça-feira (07), resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em Recife e um em João Pessoa, nos endereços dos suspeitos.

A quantidade de vítimas e autoridades enganadas pelo grupo, assim como o lucro gerado pelos crimes e a destinação dos valores obtidos, ainda não foram determinados.

.