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Razões para assistir Kardec, o filme

Apesar de sermos pessoas simples, nossas vidas são cheias de vidas, e isto requer tempo, gera compromissos e corres, tudo feito normalidade nas linhas do cotidiano.

De vida assim, geralmente chego mais devagar em questões impactantes, discussões atraentes ou filmes marcantes.

Cheguei então a Kardec, o filme. Este de 2019, com excelente atuação de Leonardo de Medeiros.

Mas não sai da mesma forma que entrei.

Sai fortalecida, alimentada pela vertente da racionalidade que move a fé e através desta move montanhas.

Considerando montanhas todos os tipos de peso dogmático que se interponha entre o chamado da razão e os penduricalhos da emotividade manipulada.

A partir da narrativa já conhecida, mas exemplarmente retomada pela atuação assertiva dos atores e atrizes, no filme foi possível sentir o consolo que este tempo de brasilidade carece, endereçado aos que resistem e insistem em viver o Espiritismo nas linhas teóricas kardequianas, que por sua vez, permitem e desafiam a religiosidade olhar a razão frente a frente e reconhecer o valor da ciência para a evolução dos espíritos.

Nenhum apego ao personalismo que desvirtua médiuns de vastos recursos.

Nenhum centímetro de reverência distinta ao poder ou aos poderosos da terra.

Incômodo consciencial pela existência da desigualdade que avizinha opulência e miséria, sem justificar a última pela suposta culpa dos vitimados.

Uma história de amor e interação cósmica, unindo espíritos encarnados e desencarnados, sem mistificar, romantizar, iludir; pondo sobre a mesa os velhos recursos de dominação por parte daqueles que não admitem a dúvida, a pesquisa e outras descobertas.

A covardia dos bandos, a perseguição ao diferente, a punição ao resistente, a censura, o medo. Elementos tão em voga na atualidade do nosso Brasil, que assistir a este filme elabora força nova na subjetividade dos espíritas que estão sob opressão em grupos tóxicos, contaminados por ideologias autoritárias.

Kardec, o filme que reavivou a alegria de ser espírita e praticar cotidianamente a busca por uma “ciência poética” que ajude a expandir nossas mentes em sintonia com nossos sentimentos.

Obras cinematográficas, são todas políticas!

Esta obra é divina!

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