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Prejuízos com mineração obrigam Vale Verde a ajustes após acordo Brasil-China

A Mineradora Vale Verde, que opera na cidade de Craíbas (interior de Alagoas) será submetida a uma série de fiscalizações, isso se quiser nadar em mais dinheiro após o acordo bilateral Brasil-China.

Um relatório da Defesa Civil Estadual – solenemente ignorado pelas autoridades alagoanas (menos a Defensoria Pública) – mostra que os moradores de Craíbas sentem os efeitos das explosões promovidas pela Vale Verde.

Um dos principais problemas: tremores frequentes de terra.

O Repórter Nordeste revelou o caso em fevereiro de 2024: Um questionário foi aplicado entre os dias 9 e 22 de janeiro. Foram ouvidos 349 proprietários em 979 imóveis em Craíbas, próximos à mineradora.

O resultado:

– 114 moradores denunciam fissuras e rachaduras em suas casas, após a instalação da Vale Verde;

– Antes da mineradora, 76 residentes tinham doenças pré-existentes, como diabetes, ansiedade, hipertensão ou alergias; após a instalação da Vale Verde, 95 pessoas relataram doenças deste tipo;

– 28 moradores dizem que a qualidade da água para consumo mudou;

– Foram registradas 312 reclamações por ruídos durante à noite e poeira;

E o dado mais importante:

– 309 entrevistados sentem os tremores de terra após a instalação da mineradora, sentidos nas quintas e sextas feiras, dias de desmonte e explosões.

O resultado deste questionário foi encaminhado para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC.

O último tremor de terra na região, que rachou paredes e chão de imóveis na cidade, foi relatado por moradores em 19 de novembro do ano passado. A SEDEC pediu explicações sobre este episódio.

Mas no dia 21 de fevereiro, o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) atestou um tremor de terra em Arapiraca, que fica a 20 quilômetros de Craíbas.

A mineradora nega a relação entre os fenômenos.

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