O que importa ao capitalismo senão o lucro? As redes de supermercado de Maceió nos mostram isso todos os dias, na prestação de serviço que nos fazem caracterizada pela economia na contratação de funcionários para os caixas e embaladores.
Assim, somos condenados a nos apinhar em longas filas, principalmente nas datas festivas e final de mês.
Não aparece ninguém para ouvir as reclamações de impaciência e cansaço que os clientes exprimem. Apenas funcionários sobrecarregados acumulando mais esse detalhe em suas jornadas de trabalho.
Gerentes são seres invisíveis. Encarregados que não podem alterar em nada a organização do atendimento surgem vez por outra para justificar de forma insuficiente, às vezes, até tentando tornar-se embalador para acelerar o processo das longas filas.
Capitalismo não é somente teoria, como pensam alguns. Muito menos mote de esquerdista, como falam outros. Nem possui somente benesses como pensa a maioria.
É um sistema que dita as leis em benefício próprio, adaptando-se ao longo dos tempos às dinâmicas de cada cultura e explorando a partir dessa mesma cultura a força de trabalho dos povos.
Sua raiz é a mesma em qualquer ponto do planeta, mas suas manifestações diferem de acordo com o nível de conquistas de cada sociedade. Assim, podemos tê-lo mais avançado ou atrasado, mais inclinado ao bem estar social ou mantendo as relações produtivas arcaicas de exploração brutalizada.
A capacidade de abstração nos leva a perceber na vida real, no cotidiano da gente, quais são as formas de manifestação mais preponderantes.
Certamente os empresários locais, assim como a indústria sucroalcooleira são beneficiadas pela limitada mobilidade econômica e social do nosso povo, assim como pelo analfabetismo crônico que produz mão-de-obra abudante e desqualificada. Todos esse fatores conjugados, tendem a aumentar os lucros do capitalista.
Portanto, a má prestação de serviços das redes de supermercados que atendem Alagoas não é justificada por outra razão, que não seja o mais completo desrespeito ao público consumidor.
Talvez sejamos nós mesmos quem tenhamos a obrigação de movimentar nossa indignação para que os supermercados contratem os funcionários necessários para nos prestar o atendimento de qualidade que nós merecemos e pelo qual pagamos tão caro.