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Porque o Brasil é a pátria dos homossexuais

Esse foi o ano no qual eu não consegui sentir alegria na virada, porque não conseguia comungar da mesma vibração de quem reunia família para brindar o ano da morte anunciada, da homofobia descarada, no chão do país bonito que está feio.

Eu senti o carinho dos meus filhos, genro, nora, neta, marido; um momento de comunhão resistente, prova de força gerada no conjunto. Celebramos a resistência!

Uma luta contra demônios e santos, na defesa do corpo e da mente, a receber medos enviados pelo zap, em forma de vozes umbralinas que destilam mentira e veneno, ameaças e desamor contundente em nome de Deus e da pátria.

Decidimos sobreviver! Isso significa ir adiante, levando no peito a bandeira de tudo que é beleza reunida, para cultivar e fortalecer os brotos, pois os brutamontes estão muito interessados em destruir nossos jardins, mas nós saberemos defender nossos amores, sim!

O texto abaixo é uma receita da nova e vergonhosa moral do medianos brasileiros, e nós somos a contracultura:

Vamos fazer campanha para fortalecer a autonomia dos nossos irmãos LGBTs, sim!

Criar espaços de abraços, cultura e alegria, partilhando estes dias apesar do ódio, que não há de penetrar em nossos corações.

Precisamos aumentar o eco das nossas lutas humanas e humanitárias, quando até os núcleos de vivência religiosa estão vencidos nos braços do dragão, declarando necessidade de armas e ferindo os ensinamentos evangélicos com uivos de truculência. Nossa campanha será pelo respeito aos sonhos alheios, suas histórias e seus amores legítimos.

O Brasil é a casa de todos os brasileiros, sim!

A heteronormatividade não poderá ditar nossa nacionalidade, nem negar o direito dos filhos da pátria habitarem a própria morada, herdada pelo nascimento.

O Brasil é dos homossexuais, sim! Na mesma proporção que pertence aos heterossexuais, porque nacionalidade e sexualidade não precisam se confrontar, e cada termo possui seu uso apropriado.

A cada dia nosso amor pelo irmão se declara público, aguerrido e notório, para que ninguém largue as mãos.

Do quilombola, da mulher, dos povos originários, dos militantes assim como dos demais, hoje nós gritamos que o Brasil é a pátria amada dos seus filhos e filhas homossexuais!

 

 

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