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Por uma Psicologia Antifascista

Um fantasma ronda o Brasil, o fantasma do comunismo. Um espectro que desponta na estratégia político-cultural burguesa para agir como catalizador do ódio e da face nefasta dos tristes-trópicos a despeito da “ordem”.

Mostra-nos, sobretudo, o quartel que presenteia a ciência psicológica como ministra para a utilização dos requintes mais odiosos do mundo capitalista: a conquista pelo caos.

O tempo dos espólios e da subjugação dos povos está longe de deixar de ser nossa realidade. O ocidente falha e não cansa de falhar em detrimento de uma organização social caótica e uma Psicologia da docilidade para enganar com slogans e “liberdade”.

O despotismo e o fascismo característicos da formação socioeconômica brasileira deixa clara, farta e aberta as tendências seculares ao autoritarismo dos “de cima” para conservar a ordem dos “de baixo”.

Psicologia neutra? Uma mentira.

Abraçar as cátedras, os títulos e uma doce presença “saudável” do profissional da Psicologia não pode ser o que nos restou enquanto representantes de uma ciência.

Nesta contradição basilar da construção de uma Psicologia transformadora precisamos escolher um lado e entender que o sofrimento psíquico do nosso povo numa pandemia, que agrava as condições de vulnerabilidade e miséria, se alia a uma lógica de subjugação da classe trabalhadora.

Precisamos ser antifascistas e entender que os “sujeitos transformadores” não são apenas o nosso objeto de estudo, mas nossa condição política na luta de classes.

O que é compromisso social se não é avaliar as características históricas no bojo que produz cisões no tecido social, exclusão e incapacidade de autonomia para o desenvolvimento humano pleno?

Qual compromisso é possível se não encaramos a chaga do colonialismo, do racismo e do imperialismo como nossa esfera de atuação na luta contra as injustiças?

Se conquistamos o selo de profissionais da “ordem” não foi por falta de luta por uma sociedade nova e melhor. Como diz Silvia Lane:

“Na medida em que a história se produz dialeticamente, cada sociedade, na organização da produção de sua vida material, gera uma contradição fundamental, que ao ser superada produz uma nova sociedade, qualitativamente diferente da anterior (p. 13)”

E como Marx e Engels no “O Manifesto Comunista”

“No lugar da sociedade burguesa antiga, com suas classes e antagonismos de classes, teremos uma associação na qual o desenvolvimento livre de cada um é a condição para o desenvolvimento livre de todos.”

Saiba mais:

LANE, S. T. M. A Psicologia Social e uma nova concepção de homem para a Psicologia. P. 10-19. In: LANE, S. T. M.; WANDERLEY CODO (orgs). Psicologia Social: O homem em movimento. São Paulo: Editora Brasiliense, 8ª ed, 1984.

MARX. K.; ENGELS, F. O manifesto Comunista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 5ª ed, 1998.

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