A insistência do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), em apertar as mãos tão somente dos empresários de ônibus e recusar conversar com os trabalhadores deu no que deu: a partir de hoje, os ônibus circulam em Maceió a partir do meio dia. E, na sexta-feira, começa a greve. Apenas 30% da frota vai estar nas ruas.
JHC envelheceu rapidamente no cargo. E o prefeito não pode reclamar que não sabia de nada. Desde janeiro a tragédia estava anunciada.
Reduzir o valor da passagem de ônibus foi uma ótima medida, assim como o anúncio do passe livre para estudantes. Mas prometer R$ 2,5 milhões por mês aos empresários, só porque eles querem isso, e ajudar a aprovar projeto de lei que facilita a demissão de cobradores dos ônibus e numa pandemia, convenhamos, é uma desumanidade sem tamanho.
JHC abraçou os trabalhadores com um punhal nas mãos. E, aos empresários, antes chamados de mafiosos, agora são os amigos do peito. E o resto é resto.
Pode ser difícil de acreditar mas a audiência do Ministério Público do Trabalho, adiantada por este blog, cujo resultado foi a posição de greve dos trabalhadores dos ônibus, não mereceu uma única linha do prefeito nas redes sociais.
É como se não fosse relevante o prefeito saber sobre o ticket alimentação, plano de saúde e reposição da inflação nos salários. Só quem já teve carteira assinada e precisa trabalhar todos os dias em busca do ganha pão sabe destes elementos de linguagem no dia a dia do mundo do trabalho, conhece as necessidades, as exigências.
A posição de animador de rede social faz mal ao prefeito. Passou o tempo de apenas culpar o ex-prefeito Rui Palmeira pela herança. Porque a greve de hoje, convenhamos, é culpa de JHC.