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Por que a proteção ao empresário que destrói o Centro de Maceió?

Camelôs não são trabalhadores que pingam o suor do rosto para venderem suas mercadorias – vagabundas ou não – pelo Centro de Maceió.

São invasores do espaço urbano. Ocupam calçadas atrapalhando o direito de ir e vir- mais sagrado que deitar no leito (e não no chão) de um hospital público.

Contra os camelôs devem existir as regras do poder público. Não há ressentimento em usar contra eles a violência sem cálculo. É uma condição para a lei ser cumprida. Para a retirada deles das calçadas, transformá-los em gente desprezível, odiados para a opinião pública porque além de atrapalhar o sagrado ir e vir, não pagam impostos.

Nem a Assembleia Legislativa – no Centro de Maceió- recolhe o INSS para os cofres estaduais. Mas, isso é outra história.

Outra historia porque há empresários pagadores de impostos no Centro que patrocinam a destruição do piso do calçadão do Comércio à noite, para descarregarem mercadorias em suas lojas.

São empresários que vão às ruas, gritar fora todos os que quebram o país.

O poder público sabe disso. Mas finge não saber porque existe uma equação. Empresário tem dinheiro e apoio eleitoral. Peça fundamental nas cada vez mais organizadas campanhas políticas.

Camelôs? Não. Ainda mais os do Centro. São massa de manobra. Gente sem eira nem beira. Populacho. Ralé sem sentimento alagoano. Sem aristocracia no nome.

Os camelôs são invisíveis.

Por isso a expulsão deles transforma as forças de segurança pública em milícias privadas. Como é a SMTT ao fiscalizar os clandestinos na rua da antiga Telasa- onde funciona um posto do INSS, no Centro- e, 50 metros à frente, na rua do Comércio, esconde os olhos para os ônibus superlotados todo final de tarde.

Como escondem os olhos os fiscais da Prefeitura, incapazes de desrespeitar os próprios filhos em público. Mas partem para o tudo ou nada contra os camelôs porque eles são cabras de peia, gente que não é gente, cambada de repugnantes atrapalhando o progresso de alguns empresários pagadores de impostos.

Estamos tranquilos. O poder oficial sabe que ilegais são os camelôs. Não os prédios sem fiscalização e com risco de cair e até de incêndio no Centro de Maceió ou os empresários que não pagam salário mas uma micro porcentagem em cima do produto vendido pelo funcionário tratado como a borra do lixo, nestes tempos de solidariedade natalina.

A gente já se acostumou a ver o corre-corre da negada da polícia – a milicia oficial do empresariado no Centro. Por isso, corretos estão alguns empresários. 

Estão protegidos mesmo destruindo o patrimônio público ou abrigando mão de obra escrava em seus negócios.

Porque como camelô é tuia de pobre, o outro lado do balcão merece palavras novas: "São os negócios, estúpido".

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