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Por que a greve do Detran precisa ser um castigo para quem precisa do serviço público?

Os servidores do Detran estão em greve desde 1 de fevereiro. Querem aumento nos salários, independência financeira do departamento (que é vinculado à Secretaria do Planejamento) e concurso público.

Eles merecem ganhar até mais que um desembargador do Tribunal de Justiça.

Porém, a greve do Detran não merece punir quem precisa dos serviços da autarquia.

Existe um acordo, com o TJ, para que 50 porcento dos serviços do Detran funcionem. É o mínimo, gente, para a nossa sociedade tão castigada por serviços públicos tão ruins num país profundamente injusto. É para se ter acesso, pelo menos, ao que se precisa.

Há quem precisa da primeira carteira de motorista para um trabalho que exija este requisito. Como fica?

Autoescolas estão 100 porcento paradas porque o Sindicato dos Servidores do Detran se recusa a, pelo menos, dar o mínimo do que é público ao público, aos comuns, a todos nós, você e eu.

Greves, barricadas, passeatas fazem parte da democracia. A mobilização é um instrumento importante para o exercício da nossa cidadania. Mesmo que a história brasileira mostre que quem vai às ruas na luta por seus direitos seja considerado um anarquista ou maloqueiro.

Contra a ignorância o chá da esperança.

Porém deixar o cidadão mais comum sem um serviço básico – e estamos falando de 100 porcento dos funcionários parados no Detran- parece ser apenas a reprodução da ideia antiga de uma democracia sem povo.

Ideia tão estranha quanto meia sola.

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