Desigualdade social no Brasil.
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que os brasileiros mais pobres- entre os mais pobres- perderam 27,9% de sua renda na pandemia, pelos números do primeiro trimestre.
O nível de desigualdade aumentou 2,82%.
Os brasileiros mais ricos- entre os mais ricos- tiveram queda muito menor: 17,5%.
Segundo a FGV, o que explica este quadro é a diminuição da jornada de trabalho (14,34%) além de demissões.
Indígenas, analfabetos e jovens de 20 a 24 anos sentiram mais o peso desta queda de renda.
As mulheres também: 20,54% de queda na renda, contra 19,56% dos homens.
Imposto de renda mostra quem são os privilegiados no setor público brasileiro.
Também aponta o tamanho da nossa desigualdade social.
No Distrito Federal, o patrimônio de um brasileiro é de, em média, R$ 78 mil.
No Maranhão, R$ 5.600.
O Distrito Federal tem pouco mais de 1 leito num hospital do SUS para cada 10 mil habitantes.
Esse número de leitos cresce 11 vezes para 10 mil segurados na rede particular do mesmo Distrito Federal.
O Governo Jair Bolsonaro discute uma reforma no funcionalismo público.
Só que não vai taxar, por exemplo, as grandes fortunas. E o país tem uma das maiores cargas tributárias entre os países emergentes, mas que incide sobre o consumo. O que faz o pobre pagar mais imposto que o rico.
Salários de desembargadores, juizes, promotores, procuradores, ministros, deputados, senadores não serão mexidos na reforma da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes.
Uma das possíveis soluções, também, poderia ser através da educação: aumentar o acesso dos brasileiros ao ensino superior. Segundo a OCDE, ter um curso superior no Brasil significa ver a renda crescer, em média, 150%.
85% da população brasileira não tem curso superior.
“Mais dependente de empregos informais e de baixa produtividade nos últimos anos, a economia brasileira tende, portanto, a aprofundar a desigualdade, com os empregados formais e os que vivem em áreas mais dinâmicas se distanciando cada vez mais”, segundo diagnóstico da Folha press, baseado em estudo da FGV.
Menos empregos formais e baixa produtividade porque existem empresas menos organizadas, menos produtivas e, portanto, pagando salários menores, puxando para baixo a renda de uma região.
O abismo da desigualdade brasileira continua crescendo. E sem projeto de Estado- apenas a reeleição- e o firme propósito de destruir o que estiver pela frente- Jair Bolsonaro ajudará a piorar o que já é pior.
E nem precisaremos nos mudar para a Venezuela.