BLOG

O que esquentou o nome de Lenilda para prefeita de Maceió?

É valioso perceber o movimento político em ação a surpreender os oligarcas que vendem a ideia de perfeitos manipuladores da política, com suas caras de paisagem e almas resfriadas.

Lenilda Luna recebe mais intenção de votos para a prefeitura de Maceió do que o candidato de Renan Calheiros, que já foi tornado parlamentar na esfera federal após criar um emblema brincalhão de “tio” na secretaria de educação do estado.

Apesar da dificuldade de decolar nas pesquisas, Rafael Brito era o aporte dos insatisfeitos com a gestão de João Henrique Caldas, um político de rosto jovem e essência arcaica, que batalha não somente pelo puro liberalismo nas investidas políticas e econômicas como associa seus feitos ao extremismo religioso que causa asco.

João Henrique criou uma política anti-povo que vem funcionando pelo suprimento da imagem nas redes sociais, mas ao mesmo tempo isso lhe rendeu a pecha de político instagramável, e todos sabem como funciona a realidade nas redes, ou seja, uma performance intensa.

Quem não se sente representado por suas aparições em academias e momentos familiares burgueses, direcionava o voto para Rafael Brito.

Mas o Tio Rafa se mostra neófito na política e entrega seus rumos aos acordos calheiristas, que apesar de bem sucedidos e convincentes deixaram fissuras relacionais que foram muito bem aproveitadas por um certo deputado, e este conseguiu mandar em metade do governo de Paulo Dantas, nicho calheirista de amplo espectro coronelista, ressuscitando em Alagoas uma sombra antiga e temerosa na rudeza que transfere às políticas públicas, envolvendo perseguições e punições aos desafetos.

Assim nasceu a vice de Rafael Brito, a vereadora conhecida pelos posicionamentos bolsonaristas, Gaby Ronalsa, que de imediato inflamou os pretensos votos de Rafael em debandada rumo a Lenilda Luna, do Unidade Popular, partido pequeno mas de firme propósito nas causas populares, defensor dos direitos trabalhistas e direitos humanos, entre outras pautas consideradas progressistas.

No lado pontaverdiano da força, João Henrique Caldas resolveu perturbar a vida dos estudantes universitários alagoanos, desorganizando as linhas de transporte urbano que facilitava acesso aos blocos da UFAL, gerando mais indignação do que o instagram consegue manipular.

Outra vez Lenilda acolhe a insatisfação e seu nome ganhou força como reduto confiável, pois sua conhecida sensibilidade diante das lutas sociais trabalha positivamente.

Infelizmente uma campanha para prefeitura em Alagoas se tornou investimento de milhões, e Lenilda não dispõe desse montante, é trabalhadora. Mas se a ideia veicular a esperança, entre a performance liberal e o coronelismo presente, pode emergir um tempo de conquistas e humanidades como Maceió há muito não presencia.

Eis o futuro possível, mesmo quando o impossível nos oprime.

VEJA TAMBÉM

SOBRE O AUTOR

..