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O estranho perfil de quem apoia os cortes financeiros nas universidades

O perfil de quem defende os cortes nas universidades brasileiras é semelhante: nunca estudou em uma, é descendente de uma família com pouca instrução, convencido pelo caldo cultural em que esteve mergulhado de que a universidade nunca fez falta ao Brasil.

Não é um pensamento novo. Mas é incrível que no século 21 ele ainda permaneça tão vivo.

São mulheres desestimuladas pelo pai ou marido a não cursarem faculdade por temerem que um maior grau de instrução atrapalhe os laços de família; são homens justificados que o ensino superior é coisa de gente ambiciosa para ganhar muito dinheiro e o pouco grau de instrução garante o necessário; é o chefe sem apoiar a mudança de vida do seu subordinado, dizendo que “diploma não vale nada”, o chefe mesmo sem abrir mão do seu; é a empresa que demite o calouro porque a mudança do horário de trabalho atrapalha os negócios…

Para compensar, quem alcança o “topo” é bajulado como vencedor.

Aos poucos, porém, a sociedade vai avançando a outros níveis de entendimento.

Porém, o recrudescimento das ideias a respeito de quem faz curso superior no Brasil é real.

Entre os bolsonaristas- alguns se permitindo apenas eles mesmos chegarem ao “topo” acadêmico- espalha-se o esdrúxulo sobre as universidades.

Por certo, é para a sociedade reforçar a repulsa pelo ambiente acadêmico, anulando talentos e deixando o “topo” ainda mais exclusivo.

Tão verdadeiro quanto o kit gay e as mamadeiras eróticas distribuídas a meninos e meninas nas escolas.

Saber é poder, dizia Francis Bacon.

Para um Governo como de Bolsonaro, empoderar a população é uma ameaça.

Daí o reforço ao senso comum sobre a mentira.

Porque a verdade- o poder de conhecer- liberta.

“Vai, pensamento, sobre asas douradas/ Vai e pousa sobre as encostas e as colinas/ Onde os ares são tépidos e macios/ Com a doce fragrância do solo natal!” (Verdi).

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