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O domínio político dos reis em nossas vidas

Se a vontade do rei fosse aquela e não essa, tudo poderia ser diferente.

Mas o rei considera mais altruísmo conseguir convencer do que de fato, fazer a diferença na realidade dos súditos.

Sim, falo de uma monarquia psicológica e simbólica, que está impregnada nos palácios e gabinetes, direcionando os reis pós-modernos no rumo do passado.

Reis antigos no fazer e atualizados nas falácias, usando tecnologia para omitir e maquiar, gastando inteligências e ideais para alimentar egos e espíritos de conquista.

A vontade do rei diz não à educação.

Ponto forte em qualquer pauta, canalizadora de recursos, mote certo para todas as campanhas. Por trás de um gabinete de secretário, tantas vidas! Tantas histórias sendo vividas ao deus-dará, com poucas condições ou nenhuma via que conduza ao conhecimento, para que deste se parta para a transformação. Pouco educado é melhor do que sem educação nenhuma…e seguimos obedientes ao monarca.

O rei é estudado e sua família terá a melhor educação que o dinheiro e o prestígio possam oferecer. Levarão nos ombros o determinismo da sucessão, precisarão falar com precisão, pois de saber falar, se faz imperecível uma corte!

A linhagem segue o padrão.

Não há República para o rei. Sua caneta do século XXI determina, negocia, conchava, consegue, assina as sentenças que cumprimos. Tudo com verniz democrático! Lindo e acompanhado de música. Um brinde eterno à saúde o rei!

Tristeza somente no rosto do pobre que perdeu o viço; por acidente, AVC, aneurisma, crise vascular, renal e outras tantas razões, encontrou em seu caminho o corredor do HGE.

Hospital Geral que sorteia leito, faz seleção entre quem vive e quem espera morrer, de acordo com a quantidade de vagas na UTI e a pulsação do coração enfermo. Loteria estúpida e fria, engordando cartéis de funerárias e desfalcando famílias.

Longe, muito distante da varanda do rei, chora o pobre, o de média classe, e o de vida mediana intermediada pela mídia oca, vã, vil, vilã.

Aplausos para a hora da aparição, anunciada e aclamada! Vamos celebrar a juventude e a vivacidade do rei, deixando a dor em seu canto, gemendo seu abandono, pois se não participarmos do comboio medieval pós-moderno, nossa cabeça pode rolar na guilhotina da perseguição real, fechando caminhos e espalhando armadilhas. Os súditos são implacáveis com os que contrariam o rei.

O cenário aperta para o cérebro ativo. O convite mais promissor é desligar o botão da consciência e descer no automático até os interesses da corte, pois toda uma linhagem passada e futura pressionam pela continuidade da família real entronizada sobre as nossas cabeças, jogando dadinhos com as nossas vidas, pondo em risco nossos amores…mas dizem que isso é a vida.

Apenas quem sai da caverna entende a extensão dessa mentira.

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