Uma página intitulada Conservadorismo Operacional transporta pelo facebook mensagens tendenciosas, com a finalidade de justificar o abuso do militarismo na história do nosso país, e que está sendo acirrado hoje com o desembesto do ufanismo melífico dos seguidores do candidato violento e mau que propaga punir pretos, pobres e outras designações de descompensação social no território racista e desigual por onde caminhamos.
A frase: “Eu nunca vi um jovem que passa o dia trabalhando e estudando apanhar da polícia”, a postagem traz a imagem de um rapaz branco, de classe média, completamente concentrado em algo, para apresentar como padrão de legitimidade social. Ou aquele que deve vencer.
Tal representação é engolida por pessoas comuns, concentradoras de níveis pessoais de moralismo, ignorância e temores, que terminam propagando pelas redes, com as melhores intenções. Contudo, o tal conservadorismo operacional está trabalhando intencionalmente para nos afastar da indignação justa relativa à arbitrariedade militar, que se expande em violências físicas contra cidadãos que vão às ruas para lutar por seus direitos no chão do seu país.
Os jovens do Brasil estão tendo o futuro roubado por políticos antigos, devotados às mais perversas formas de gerir os bens públicos, e desvalorizam profissionais da educação, fecham escolas, desviam dinheiro da merenda, fecham postos de saúde, desconstroem com frieza o amanhã. Mas segundo o tal conservadorismo, os jovens devem ficar em casa estudando e trabalhando para não apanhar da polícia.
Quem paga o salário da polícia?
Nós, cidadãos brasileiros. E não existe lei que afirme ser função dela nos violentar.
A juventude do Brasil e todos os trabalhadores precisam ir para as ruas, sim! Enfrentar inclusive a truculência policial e denunciar sempre o mal feito por agentes públicos, que a partir do momento que violentam o cidadão se transferem para o patamar criminoso do abuso de autoridade.
É preciso sair de casa para se divertir, relacionar, viver! E ter segurança pública atuante, não para bater, mas proteger.
Estudar e trabalhar não resume uma vida. Nossos jovens já estão suficientemente punidos para endossarmos essa campanha pútrida que reafirma a violência e induz à subserviência.