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Mulher brasileira: estudai e organizai a resistência

Razões para a insistência na leitura e no feminismo, associando tudo isso às discussões, lutas e celebrações humanistas, por certo não nos faltam nesta hora.

A maneira ostensiva com a qual as loucuras deste contexto político descarado está ganhando corpo nas esferas de poder, pede um tipo de força que apenas a subjetividade bem elaborada no senso humanitário e societário, pode fazer vingar.

Mulheres do Brasil, estudai mais!

Formemos grupos de estudos, discussões e confrarias da cerveja, do suco ou da água com gás, mas formemos polos de resistência ao avanço do mal, que não tem chifre nem cauda, mas persegue os elementos de evolução humana forçando a quebra dos pactos de civilidade.

Uma das razões para a escrita deste texto é o exemplo da deputada Carla Zambelli, que se projetou apoiando o golpe parlamentar/judiciário de 2016, e entronizou discursos baseados em jargões alienantes e autoritários, sendo isto o suficiente para ganhar as eleições e se tornar parlamentar.

Mas, que tipo de parlamentar? O pior!

Pois apesar de ter pego gancho oportuno no presidencialismo, se tornou deputada “monarquista”, e defende o retorno dos Orleans e Bragança ao trono, no Brasil.

A família sem trono, obviamente, sentiu todo interesse possível nesta proposta, que também conta com o deputado Paulo Martins, que faz com Carla um par de monarquistas, na Câmara dos Deputados, tendo ele sido eleito pelo Paraná e ela por São Paulo.

Se sentir necessidade de que alguém te belisque, caríssimo leitor ou leitora, se prepara que o conto parece de terror!

Pois um bisneto da Princesa Isabel já veio ao Brasil, no intuito de promover sua própria adesão às pautas conservadoras em voga no meio cristofascista: perseguição ao casamento gay, demarcação de terras indígenas e condenação punitiva do aborto.

Tal retrocesso, se fundamenta na defesa dos próprios interesses dos Orleans e Bragança, que já conseguiram ter um “príncipe” eleito, e agora batalham pela aproximação de setores ultraconservadores da igreja católica.

A deputada Zambelli, fundadora do movimento “Nas Ruas” também percebeu que falar a língua do atraso político e humanitário é a maneira mais garantida de ganhar dinheiro no Brasil, hoje, e na defesa da monarquia como sistema de governo, em entrevista concedida à BBC, disse que “quando as pessoas são eleitas, elas se preocupam muito com a próxima eleição. Um monarca não tem essa preocupação: ele só pensa no bem do país”.

No meio deste fogo cruzado estão todos os nossos direitos ( apesar de já termos perdido vários para as políticas de Bolsonaro), principalmente, nossa cidadania!

Se continuarmos fingindo normalidade no cenário político brasileiro, em breves dias estaremos com a Idade Média restaurada.

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