Morte de PM não altera estratégia de UPPs, diz secretário carioca

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame disse que houve problemas em todas as áreas que eles tomaram do tráfico e que o projeto de instalação da UPP na Rocinha está apenas na primeira fase

Metro/RJ

A morte do cabo da PM Rodrigo Alves Cavalcante, de 33 anos, em patrulhamento na Rocinha na madrugada de ontem, não vai alterar a estratégia de policiamento na comunidade, nem mudar o cronograma de instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame disse que houve problemas em todas as áreas que eles tomaram do tráfico e que o projeto de instalação da UPP na Rocinha está apenas na primeira fase.

“Estamos contrariando interesses de pessoas que não estavam acostumadas a ser contrariadas e que tinham seus próprios tribunais. Não temos a vitória absoluta, ela está sendo construída. Existe um plano, um projeto, e estamos na primeira fase do processo de mudança”, explicou.

O policial do Batalhão de Choque foi atingido por um tiro de pistola 9 mm no ombro esquerdo, na altura da axila, quando fazia patrulhamento a pé no alto da comunidade, no beco 99, junto com mais sete agentes. Ele foi baleado ao abordar um suspeito, que reagiu.

O cabo foi a 9ª vítima na Rocinha desde fevereiro e o primeiro policial assassinado em uma comunidade em processo de pacificação. “O inimigo da paz quer que mudemos de estratégia e isso não irá acontecer em hipótese alguma. Isso não vai fazer com que recuemos um milímetro”, afirmou o secretário.

Nessa quarta-feira, 150 policiais fizeram operação na comunidade em busca do assassino do PM. O suspeito, identificado como Edilson Tenório de Araújo, já foi preso duas vezes por tráfico de drogas.

Segundo o chefe do Estado Maior da PM, coronel Pinheiro Neto, a maior dificuldade na Rocinha, onde vivem cerca de 100 mil habitantes, é a topografia e o grande número de becos e vielas: “A polícia não conhece toda a área, todos os becos, é um processo. Mas dividimos a comunidade em 15 regiões e estamos patrulhando com motocicletas, carros, cavalos e principalmente a pé”.

Centro de controle

Para ganhar maior visibilidade do patrulhamento, o coordenador de policiamento da Rocinha, major Edson Santos, instalou ontem um  centro de controle no alto da favela, que funcionará dentro de um contêiner, com computadores. De lá, o comando vai distribuir as equipes e monitorar, por GPS, toda a movimentação dos PMs em tempo real.

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