Maior escândalo de corrupção em AL completa 5 anos e segue impune

O maior escândalo de corrupção de Alagoas- o desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa- não vai à julgamento nem tão cedo. Há três anos e dois meses o processo está parado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o próprio tribunal, ele está na caixa número 30057, desde às 7:24 da manhã do dia 06 de outubro de 2009.

“Quanto à Operação Taturana, não está no meu tribunal. Há um equívoco. Salvo engano, está no STJ porque havia envolvidos com foro de prerrogativa de função”, disse o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), desembargador federal Paulo Roberto de Oliveira Lima.

Na próxima semana, 6 de dezembro, a Taturana completa cinco anos. Em 2007, deputados, ex-deputados, o ex-governador Manoel Gomes de Barros foram presos e indiciados por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.

Até hoje, o processo aguarda ser desmembrado porque há indiciados com foro privilegiado. Por enquanto, existe um: o deputado federal Arthur Lira (PP). Mas, em fevereiro, dois novos parlamentares assumem a Câmara Federal, o que aumenta o tempo de espera do julgamento da Taturana: o delegado Francisco Tenório (PMN) e o ex-deputado Paulo Fernando dos Santos (PT), o Paulão.

Outros ganharam cargos. Em São Miguel dos Campos, George Clemente, ex-deputado, ganhou as eleições com 94,34% dos votos. Denunciado como um dos líderes da organização criminosa, Celso Luiz ganhou as eleições em Canapi.

O ex-governador Mano tentou, mas perdeu as eleições em União dos Palmares. O ex-deputado Marcos Ferreira também não conseguiu mandato em Santana do Ipanema. Ex-parlamentares, Alves Correia disputou e perdeu as eleições em Arapiraca; Gilberto Gonçalves desistiu das eleições em Rio Largo.

Outros miram cargos maiores: o conselheiro Cícero Amélio confirma que é candidato a presidente do Tribunal de Contas; o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Albuquerque (PT do B, sonha assumir a presidência da Mesa Diretora.

Enquanto isso, partes do processo tramitam no Tribunal de Justiça de Alagoas.

No dia 14 de novembro, a 17ª Vara Cível da Capital mandou citar Arthur Lira, para que ele apresentasse a sua defesa. Trata-se da denúncia que comprava a compra de uma Pajero Full, de cor preta, ano 2005 da empresa Nagoya Veículos Ltda, no dia 20 de abril de 2005. Nesta ação, são citados: o vice-presidente da Assembleia, Antônio Albuquerque (PT do B), o futuro prefeito de Canapi, Celso Luiz (ex-presidente da Assembleia, na época), o suplente de deputado Cícero Ferro, o parlamentar federal Arthur Lira, o prefeito de Roteiro, Fábio César Jatobá e o funcionário da Assembleia, João Felipe Barros de Lima.

Todos são acusados de improbidade administrativa. E foram condenados em comissão de juizes, criada pelo Tribunal de Justiça, responsável por acelerar ações de improbidade administrativa.

Outra ação detalha os empréstimos tomados nos bancos Rural, Bradesco e do Brasil. Nesta ação, são réus: Celso Luiz (acusado no desvio de exatos R$ 15.976.834,13); Arthur Lira (R$ 9.542.939,71); o deputado João Beltrão (PRTB) (R$ 1.131.128,69); Nelito Gomes de Barros (PSDB) (R$6.096.056,81); o conselheiro e futuro presidente do Tribunal de Contas, Cícero Amélio (R$ 5.424.78l,89); Paulão (R$ 654.102,45) o ex-deputado José Adalberto Cavalcante Silva (R$ 401.070,96); a ex-deputada Maria José Viana (R$ 143.377,22); o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PEN) (R$195.572,54).

Ao todo, foram desviados, nesta ação, quase R$ 47 milhões (exatos R$ 46.954.654,35).

110 pessoas foram indiciadas nas investigações: 15 deputados, 11 ex-deputados, dois prefeitos, três secretários municipais, cinco candidatos às eleições municipais, seis bancários, dois funcionários do Bradesco, 30 funcionários da Assembléia Legislativa e 10 familiares de políticos.

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