O ex-presidente Lula discursa neste domingo em Recife, em festival que comemora a sua liberdade. Será na praça Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio, a partir do meio dia.
Continua ali a campanha de Lula para expor Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Paulo Guedes e Rede Globo- já citados por ele em São Bernardo do Campo (SP).
Lula é pernambucano, fez carreira sindical e política em São Paulo. Mas é no Nordeste que o lulismo tem gordura eleitoral
Jair Bolsonaro não apenas perdeu as eleições no Nordeste. A região lidera, no país, a rejeição ao presidente. Todos os governadores apoiaram Fernando Haddad na disputa presidencial.
Bolsonaro se recusou a visitar o Nordeste logo quando surgiram, no final de agosto, as primeiras manchas de óleo no mar- acidente considerado o pior desastre ambiental na costa brasileira.
Bolsonaro criou o 13o para o Bolsa Família. Mas se recusa a procurar os governadores do Nordeste, chamados por ele de “paraíba” em 19 de julho.
Resposta dos governadores: criaram um consórcio para baratear licitações e construir força política para destravar obras estratégicas na região.
No dia 12 de novembro, na Paraíba, Bolsonaro, quase sem nenhuma autoridade no palanque nem o governador Ricardo Coutinho, declarou seu amor de infância pelo Nordeste:
“Não há como falar do Brasil sem falar no Nordeste”.
Falou o óbvio. Aquilo que o senso comum sulista repete como politicamente correto.
No festival marcado para domingo, com a presença de Lula em Recife, é possível que mais gente lote as ruas.
É a resposta dos “paraíba” a esse amor tardio de Bolsonaro pelo Nordeste.
Lula continuará a incomodar Bolsonaro.
Por isso, Brasília se mexe para mudar a Constituição, criando uma lei sob medida para ele voltar a prisão.
Bolsonaro vai conseguir? Sergio Moro vai conseguir?
Imprevisível, Lula virou o senhor do tempo, do tom da pauta bolsonarista e da temperatura que o Planalto vai usar para responder seus discursos.
Bolsonaro ameaça com a lei da segurança nacional. É o único bote para ele neutralizar Lula, que mantém Bolsonaro na posição atual: a reboque de seus discursos.
“Meu Governo é um dos mais democráticos”, disse Bolsonaro ao comemorar os 300 dias de sua era.
Ele mesmo terá de quebrar sua palavra.