Meio milhão de crianças e adolescentes (exatos 530.429) vive em situação de pobreza em Alagoas. No país são 27 milhões, ao menos com um ou dois direitos negados. Estamos falando em educação, saneamento básico, segurança pública.
Os candidatos ao governo de Alagoas pisarão a lama da periferia nas próximas semanas. Querem um contato com essas crianças. O que será feito por elas?
Não faz muito tempo que os sites locais mostraram uma praga do bicho do pé na orla lagunar de Maceió. A mesma orla que assistiu há 30 anos uma enchente potencializadora de votos para uma candidatura presidencial.
Crianças de ontem, adultos hoje. Pais, mães, avós. Mortos por bala ou doença. Vivos em tempos de eleição, em seguida esquecidos.
Estamos falando de direitos básicos. E também da exploração alheia nesta democracia quase exclusivamente restrita aos votos.
Alagoas é o estado brasileiro com mais crianças em situação de pobreza. É o mesmo lugar em que um presidente do Tribunal de Justiça defende aumento a magistrados, ganhando bem mais que 30 salários mínimos, incluindo penduricalhos.
Pode ser justo. Talvez um juiz ou um desembargador deveriam ganhar até o dobro.
Mas, é justa a penúria das nossas crianças?
