Justiça decreta prisão de 4 PMs por iniciar movimento em quartéis do ES

Quartel de Maruípe em Vitória, na manhã do dia 15 de fevereiro, quando ocorriam protestos (Foto: G1 )
Quartel de Maruípe em Vitória, na manhã do dia 15 de fevereiro, quando ocorriam protestos (Foto: G1)

O juiz da vara da auditoria militar, Getúlio Pereira Neves, decretou a prisão de quatro policiais militares que são suspeitos de iniciar o movimento nos quartéis do Espírito Santo.

Dos quatro, apenas o tenente coronel Carlos Alberto Foresti foi preso neste sábado (25). Os outros três estão foragidos.

São eles: ex-deputado federal e militar da reserva, Lucinio Castelo de Assumção, mais conhecido como Capitão Assumção; o soldado Maxsom Luiz da Conceição; e o sargento Aurélio Robson Fonseca da Silva, mais conhecido como Sargento Robson.

O pedido de prisão foi endossado pelo Ministério Público Estadual. Os quatro PMs são acusados de incitar o movimento e de aliciar outros policiais, com a divulgação de áudios e vídeos em redes sociais.

Em nota, a Polícia Militar disse que está “adotando medidas para cumprir as ordens de prisões dos outros três policiais militares com mandando de prisão ainda em aberto”.

100% dos PMs nas ruas
O comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Nylton Rodrigues, anunciou que todo o efetivo foi para as ruas do estado no sábado. Pela manhã, após 21 dias de protesto, mulheres de PMs e governo chegaram a um consenso e batalhões foram desocupados.

Consenso
A pedido do movimento, o governo do estado assumiu o compromisso de não abrir novos Processos Administrativos Disciplinares (PADs) contra os policiais.

Para beneficiar o andamento da negociação, o MPT-ES e a Defensoria Pública da União recomendaram a suspensão, durante 15 dias prorrogáveis, dos PADs já instaurados, o que foi aceito pelo governo e pelas mulheres.

Outro pedido feito pelas mulheres que foi aceito pelo governo foi a desistência das ações judiciais contra familiares e associações.

O governo também concordou que promover o retorno de policiais transferidos aos postos originais em até 45 dias a partir da data da transferência. Em relação à organização das unidades da Polícia Militar, o governo se comprometeu a não transferir PMs da Grande Vitória para o interior.

Crise na segurança
O Espírito Santo teve o policiamento muito prejudicado durante sete dias, quando aconteceram diversos crimes. O governo chegou a declarar que não negociaria mais com os manifestantes até que todos os batalhões fossem desocupados.

Até a noite desta sexta-feira, foram registrados 199 homicídios no estado, segundo o Sindicato dos Policiais Civis. A Secretaria de Segurança Pública informou que, até as 22h30, o efetivo de policiais estava completo em 61 municípios e parcial em 17.

Fonte: G1

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