7 de abril é o Dia do Jornalista.
Ensejo de muitas reflexões, para além dos festivos cumprimentos.
Estou com os pés fincados no chão da comunicação e social, e a partir destas experiências incríveis, tenho a legitimidade de afirmar que existem jornalistas perseguindo outros jornalistas em pleno século XXI, quando todos esperávamos que a liberdade de imprensa seria respeitada, como um código sagrado da sociedade democrática.
Em minhas falas sociológicas reafirmo que o poder luta pelo poder, a cada instante, em todos os momentos da história.
Essa capacidade de nunca dormir traz como resultados para os concentradores de riqueza a era trilionária, sobre a guerra e a fome, o controle da água e da semente e o desencarne infanto-juvenil por inanição e enfermidades evitáveis.
O jornalismo tem como função social o esclarecimento da sociedade, e é claro que o poder criou suas armadilhas para cooptar qualquer energia de vitalidade humana, criando barreiras para a sociedade do conhecimento, enquanto ergue em minutos o tempo intangível do gozo efêmero, convencendo profissionais de imprensa a fartar desejos nos espaços de poder através da institucionalização do trabalho comunicacional.
Assim se fortaleceram as Secretarias de Comunicação Social em âmbitos governamentais, distribuindo cargos de pequeno porte por todo o organograma estatal, empregando jornalistas como assessores de imprensa, e ao mesmo tempo carimbando em suas testas o selo do poder, ainda que micro.
Jornalistas assessores deveriam mediar informações, auxiliar o trabalho da imprensa, apoiar os veículos de comunicação como profissionais da área.
Mas o poder não quer lidar com o jornalismo na íntegra, e transformou a busca da verdade em crise, e forma seus comunicadores domésticos para lidar com “crises” geradas pelos profissionais investigativos, democráticos, que buscam na rotina cumprir com o papel social e histórico que lhes compete: informar.
Desse modo, com o profissional independente transformado em “crise” para ser dirimida pelo poder, jornalistas/assessores travam batalhas absurdas negando informação, boicotando, isolando e para atualizar o termo, cancelando jornalistas que não trabalham para os governos, valendo para qualquer instância.
Quem está perdendo com essa prática de perseguição aos jornalistas, feita por outros jornalistas? A sociedade, a democracia, a história, a vida.
Lembrando que o poder sempre defende o poder, qualquer agregado nesta batalha cruel é mero acessório, e sob esta perspectiva, muitos jornalistas estão passando por este momento histórico para encontrar no final do seu ciclo laboral o vazio de uma existência dedicada ao servilismo, que depois de sugar tempo e energia vital, devolve um ser comum e conivente com a própria derrocada a um mundo piorado.
Para superar esta fatalidade, fazemos aqui o louvor aberto dos jornalistas independentes, pois deles a sociedade recebe esperança e motivação para lutar pelo bem comum, compreendendo que a verdade do poder não serve para todos, principalmente para os trabalhadores e trabalhadoras, pessoas comuns vitimadas pela ganância do mundo capitalista.
Para estes dignos sobreviventes, geralmente feridos em seus sonhos e penalizados na luta pela sobrevivência, a reverência desta comunicadora que aprendeu a não ter medo de solidão porque encontra na verdade dos que resistem, a seiva que alimenta a escrita, dia após dia.
Hoje também é meu dia, junto a vocês, jornalistas livres!