João Lyra é o mais faltoso na Câmara dos Deputados

Dados levantados pela Folha de São Paulo mostram que o deputado federal João Lyra (PSD) é o parlamentar mais faltoso na Câmara dos Deputados.

Ele conseguiu abonar 35 faltas com pedidos de licenças médicas. Segundo disse a Folha, ele está impedido de viajar de avião “por recomendação médica” porque passa por um tratamento de um problema auditivo. Segundo o gabinete, o deputado trabalha no escritório de Alagoas.

Os dez mais faltosos usaram como principal justificativa atividades do partido.

Neste ano, apenas 4% dos deputados estiveram presentes em todas as votações da Câmara. Mesmo nos três dias da semana em que são obrigados a comparecer, os parlamentares usam justificativas aceitas pela Casa para se ausentar e evitar descontos em seus contracheques.

96% deixaram de ir ao menos uma vez nas 70 sessões que ocorreram entre fevereiro e o dia 17 de outubro.

Foram considerados os 471 deputados que cumpriram integralmente o mandato nesse período, excluídos os que se afastaram ou voltaram à Casa após licenças.

No mês passado, os deputados aprovaram mudança no regimento interno que oficialmente libera as faltas às segundas e sextas-feiras.

As regras anteriores definiam que as reuniões com votações deveriam ser realizadas em todos os dias úteis.
Com a mudança, os deputados passam a trabalhar oficialmente três vezes por semana no Congresso.

As sessões com presença obrigatória, que provocam descontos nos salários, ocorrem às terças, quartas e quintas. Pela Constituição, o congressista que faltar a um terço das votações, sem justificativas, perde o mandato.

A legislação também prevê que o desconto nos salários não pode ser superior a R$ 16,7 mil -mesmo que as ausências superem financeiramente esse total.

Do total de faltas este ano, 88% foram perdoadas e não causaram nenhum dano aos R$ 26,7 mil de salário que recebem por mês. Cada falta representa desconto de cerca de R$ 800 por parlamentar.

Entre os faltosos, quase 30% dos deputados estiveram ausentes a mais de um quarto das sessões, e 75% deles não foram a pelo menos um décimo das votações.

Os dez deputados mais ausentes estiveram fora em mais da metade das sessões.

 

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