Jair Bolsonaro quer ser o Maduro e aproveita o silêncio (cúmplice) das instituições

Jair Bolsonaro articula bolsonaristas nas redes em manifestações contra o Congresso. Nas mesmas redes, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia- presidentes do Senado e da Câmara – viram memes que se espalham entre os ratos da internet. Os dois evitam alterar os ânimos, para não insuflar o chamado de Bolsonaro para os protestos.

Maia é tratado como conspirador. Alguém que, na embaixada da Espanha, faz acordos sabe-se lá com quem para implantar o parlamentarismo no Brasil, transformando Bolsonaro numa “rainha da Inglaterra”.

Quando o Brasil era governado por João Goulart, pouco antes do golpe de 1964, militares pressionaram as instituições para que o presidente não tivesse poderes. Que o Congresso é quem mandasse no país. Era o parlamentarismo.

Militares e seus apoiadores endinheirados temiam João Goulart porque ele não atendia aos seus interesses. Quando Jango foi derrubado, militares e seus financiadores fecharam o Congresso. Era o AI 5.

Paulo Guedes, o neoliberal ministro da Economia, já defendeu um novo AI 5 em nome das “reformas”. Bolsonaro, no carnaval, compartilhou vídeo nas redes sociais chamando seus apoiadores para defendê-lo em manifestações contra o Congresso. Possível crime de responsabilidade, disse o ministro mais antigo do STF, Celso de Mello, o que pode acabar em impeachment, de Bolsonaro. Pedido de impeachment, aliás, entregue por Alexandre Frota a Rodrigo Maia, o “conspirador”.

Bolsonaristas defendem que o presidente feche o Congresso e o STF. O filho de Bolsonaro já disse isso, sem nenhum pudor: levar um cabo e um soldado para fechar o Supremo. 1964 é logo ali, na esquina. E Bolsonaro sempre flertou, flerta e flertará com uns ditadura, só não vê quem não quer.

Segundo a BBC, o Governo tem mais militares ocupando postos no Governo que na Venezuela, de Maduro, tratada como uma ditadura por Bolsonaro.

Damares Alves, a ministra da Goiabeira, foi para reunião da ONU falar da Venezuela, das injustiças contra Bolsonaro pela imprensa, dos crimes do Lula. Só não falou da violação dos direitos humanos no Brasil, da invasão de garimpos ilegais em terra dos índios, transformado-os em mão de obra escrava.

Ditaduras e ditadores não gostam de falar de direitos humanos.

Ditaduras e ditadores se fortalecem à.medidas que as instituições enfraquecem.

Bolsonaro não é invencível, mas testa todos os limites das instituições. Está em vantagem. O silêncio de todos não é o dos inocentes. É o dos cúmplices.

Até quando?