Inter-religiosa e espírita, novo tempo

Haveremos de compreender a função dos insucessos em nossas histórias individuais e coletivas quando deles nos utilizarmos para questionar as estradas comuns e abrir acessos inesperados no intuito de alcançarmos o destino.

Eis o que sinto agora como resultado das experiências de amor e desamor que identifiquei no meio espírita! Desestabilizando meu conforto os acontecimentos que julguei “lamentáveis” jogaram minha mente nos círculos de movimentos, conheci outras fazeres e ouvi emocionada as preces de outros credos. Dialoguei com o diferente e lá Deus é o mesmo, apenas o território mudou.

Não precisei negar a identidade de fé, não fui instigada a enaltecer os enganos dos meus pares, mas pude refletir no quanto uma bolha fechada sufoca, ilude e restringe a entrada de ar. O diálogo inter-religioso é benção!

Quebrar as amarras das ideias de perfeição embala o encontro com Ruah, a divindade feminina que não nos impede de girar no círculo das louvações, reencontrando irmãos em profundas experiências de zelo interior sem apartar do solo o pé que amassa o chão.

Sair das salas de passe como refeitórios de energia e perceber a eletricidade que flui nos espaços abertos, em sinuosos movimentos cósmicos, eis o que descobri com encantamento dos sentidos! Comungar com a fonte nos faz parte dela, fonte de luz que não doutrina nem disputa compêndios, porque todas as vozes trazem verdades sobre o amor.

Preciso agora agradecer por ter  sido decepcionada com as expectativas que me amarraram em modelos comuns, integrados aos grupos de validação que por mais bem intencionados que sejam possuem seus limites e posses, marcando a transição do meio espírita entre erros e acertos, e por isso mesmo, passíveis de todo nosso perdão.

Religiosidade é território de expansão, caminhar por estas veredas nos reúne socialmente e desafia o crescimento espiritual porque o destino é sempre o amor!