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Humanize o Dia das Mães

Neste ano o crime que me feriu para sempre a maternidade completará 7 anos.

São alguns anos de experiência diferenciada, no lidar com datas festivas, principalmente Dia das Mães.

O contexto de assassinato do meu jovem filho me fez vestir uma luta perene em defesa da vida e da memória. Conheço o preço de levantar essa bandeira, mas estou no páreo, pagando cada ceitil cobrado.

Nossa sociedade capitalista atrasada não quer perceber outras belezas senão, aquelas vendidas e compradas no comércio comum.

A beleza da sobrevivência, alteridade e solidariedade, estão ocultas.

Nas redes sociais as curtidas vão para os quadros perfeitos, que são montados para exalar vitória. A dor afasta o olhar, diminui a admiração e até as bençãos.

Somos uma sociedade teatralizada, mentirosa, na medida que negamos o quanto essas datas maltratam as mães enlutadas e também os filhos. Mas as mensagens procuram as pessoas felizes.

Eu, que assumi um lado no muro da vida, dedico este instante a pensar naquelas mães trancadas no quarto, chorando sobre o travesseiro as dores da saudade, da revolta, da impotência, da solidão… penso nos filhos que não têm a quem presentear e engolem sozinhos o amargo do que lhe parece imenso fracasso.

Tempos de vitrines floridas. Triste os que não temos as mesmas fotos para exibir!

Tempos de Brasil fascista. Tristes dos que sorriem da família da mãe dos filhos do Lula, Dona Marisa Letícia, e justificam um gracejo mercadológico de caráter desumano feito por um empresariado predatório.

Nestes tempos de mistura, seleciono os que me presenteiam humanidade. Esse, por certo, será o presente mais valioso para este dia!

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