BLOG

Há aumento de DST no carnaval?

 

Considerações sobre a intensa mobilidade que toma conta do país e a folia a envolver também o consumo de alcool e outras drogas, fortalecem um pressuposto de que no período carnavalesco aumentam os casos de transmissão da Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Contudo, há quem questione o formato das campanhas, como o Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense, de Niterói, Rio de Janeiro, ao realizar estudo sobre este fato.

“A ideia das grandes campanhas de mídia sobre DST/Aids apois-se na hipótese de que há maior exposição às situações de vulnerabilidade (relação sexual desprotegida e gravidez não planejada) em toda a população brasileira durante o Carnaval.”

Obviamente a maioria tende a concordar quase num impulso, o que por sua vez comprova uma construção no imaginário social já solidificada. Mas será real?

“A campanha tem efeitos importantes como desencadeamento de discussões no âmbito social dos jovens e o reforço de atitudes relacionadas ao uso de preservativo.”

Mas outras considerações podem ser interessantes, afinal, quando o social está em jogo é válido considerar variadas percepções.

“Campanhas massivas de DST/Aids do governo federal, reforçam que o calendário é fixo e tem desatenção a outras DSTs, contribuindo apenas para construir o imaginário da Aids no cenário do país.”

“As campanhas de prevenção mais intensas nessa época podem estar fortalecendo a crença de o Carnaval é sinônimo de promiscuidade sexual geral. O que também poderia levar a crer que a prevenção é mais importante nessa época do ano.”

“O poder da mídia em mostrar, incessantemente, por quase uma semana, foliões em trajes sumários e em danças sensuais causam um apagão nas nossas consciências para esquecermos de mesmo nessas festas existem, também alas das baianas, crianças, comissões de frente, velhas guarda, ala dos conmpositores, ritmistas, pessoal de apoio, vendedores ambulantes, jornalistas, entre inúmeras outras ocupações e profissões que passam todo o tempo do Carnaval mais preocupados com afazeres bem distantes de atividades sexuais.”

Aberta a discussão, vale preservar a saúde acima de tudo, seja no Carnaval ou em qualquer tempo.

SOBRE O AUTOR

..